Mercado pós-megaeventos une Dream Factory e TSE

Rio de Janeiro foi escolhido em 2009 como sede dos Jogos de 2016

Rio de Janeiro foi escolhido em 2009 como sede dos Jogos de 2016

As obras de estádios e infraestrutura podem dominar o noticiário sobre a preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, mas não são as únicas oportunidades de negócio que empresas estão vislumbrando nos megaeventos que serão realizados no país. A agenda esportiva dos próximos anos motivou uma união entre as consultorias Dream Factory e TSE, que querem desenvolver planos de negócios específicos para as cidades.

Inicialmente, as empresas estão conversando com cidades que farão parte dos eventos que terão o Brasil como sede. A ideia é oferecer análises internas e de mercado, e com base nesses dados montar planos para que as regiões aproveitem comercialmente a presença das competições.

“Nosso objetivo é ajudar as cidades a pensar no pós-Copa e no pós-Jogos. Isso passa por uma compreensão de quais são as vocações de cada local – Porto Alegre, por exemplo, tem um perfil bem diferente de Fortaleza. Faremos análises profundas das características, limitações e gargalos. A partir disso, podemos definir um posicionamento e dizer que tipo de eventos as cidades podem receber”, explicou Duda Magalhães, diretor-geral da Dream Factory.

Os responsáveis pelas duas consultorias já visitaram ao menos sete cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014. No entanto, o plano também servirá para locais que tiverem intenção de aproveitar a proximidade geográfica dos megaeventos esportivos.

“Estamos falando de criar um real legado, que é uma palavra muito usada. O legado não pode ser apenas um estádio bonito e uma rua asfaltada no entorno, e as cidades não podem parar para pensar nisso no segundo semestre de 2014”, completou Magalhães.

A meta da joint venture entre as consultorias é ter ao menos um cliente fechado até o fim deste ano. Para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, as empresas admitem chegar a até três projetos concomitantes, desde que sejam em regiões com perfis diferentes e que não briguem pelo mesmo tipo de evento no futuro.

A partir da contratação, as empresas preveem um período de 12 meses para análise da cidade e mapeamento do mercado. Esse diagnóstico será feito em parceria com o poder público local.

Nessa fase também será definido o investimento que a cidade fará para ter um calendário de eventos depois da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Trata-se de um nicho novo para o braço de consultoria da Dream Factory, agência que tem larga expertise no segmento de eventos. A TSE Consulting, fundada em 2002, já prestou auxílio anteriormente a cidades envolvidas com eventos esportivos. Contudo, nunca havia atuado no mercado brasileiro.

“Muitas das cidades sul-africanas da Copa do Mundo de 2010 não aproveitaram totalmente o potencial do evento. A principal razão é que as cidades estavam mais preocupadas com estádios e com a Copa do Mundo – elas não encontraram tempo e recursos para se planejar para o pós-evento. Quando a Copa do Mundo acabou elas começaram a pensar em como aproveitar o clima criado, mas a atenção do mundo já havia se transferido para outros lugares. Um ano depois, poucas pessoas conseguem lembrar de mais do que uma ou duas cidades”, lembrou Lars Haue-Pedersen, diretor-geral da TSE.

A proposta das consultorias é oferecer negócios até para o período dos megaeventos. Elas querem ajudar cidades a receber o time de basquete dos Estados Unidos antes dos Jogos Olímpicos de 2016, por exemplo. E é claro, lucrar com a presença da equipe na região.

“É só uma questão de quem sabe o que quer, quem sabe o que precisa ser feito para se promover internacionalmente e quem vai fazer isso antes que os eventos de fato aconteçam”, disse Haue-Pedersen.

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