A constituição do comitê organizador local (COL) da Copa do Mundo de 2014 pode ser alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF). Na próxima semana, o órgão vai iniciar um procedimento de investigação sobre o contrato de formação da entidade administrativa do torneio esportivo.
O motivo para a análise é uma reportagem publicada nesta semana pelo jornal “Lance!” sobre a constituição societária do COL. O órgão tem cotas divididas entre a Confederação Brasileira de Futebol (99,99%) e o presidente das duas entidades, Ricardo Teixeira (0,01%). No entanto, o documento de formação especifica que a divisão dos lucros da Copa do Mundo não precisa ser proporcional a essa participação.
Portanto, há duas suspeitas básicas: que o lucro obtido com patrocínios e publicidade na Copa do Mundo pode ser desviado do torneio para a CBF e que Ricardo Teixeira pode usar a competição em benefício próprio.
Nos dias 25 e 26 de novembro haverá reuniões entre procuradores federais que representarão cada uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Nesses encontros, o grupo discutirá vários assuntos ligados à formação do COL.
A partir da reunião, o grupo pode fazer pedidos de investigação ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ou à procuradoria do MPF. “Não se pode dizer ainda que o MPF vai investigar ou apurar isso ou aquilo. Mas também outros assuntos pertinentes estarão na pauta do encontro, como, por exemplo, a questão da isenção fiscal ao COL e à Fifa para a realização do Mundial”, disse Vinícius Panetto, procurador do MPF no Rio de Janeiro, ao jornal “O Estado de S. Paulo”.