Ministério Público Federal pede afastamento de presidente da CBDA

O presidente da CBDA, Coaracy Nunes, que é investigado

Após ficar sem medalha na natação durante os Jogos do Rio 2016, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) agora é alvo de investigações do MPF (Ministério Público Federal) de São Paulo, que apura improbidade administrativa.

O MPF pediu nesta quarta-feira (dia 21) o afastamento e o bloqueio dos bens do presidente da CBDA, Coaracy Nunes, do diretor financeiro da entidade, Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga, do superintendente executivo, Ricardo de Moura, e do coordenador de polo aquático, Ricardo Cabral. Coaracy é o mais antigo presidente de confederação olímpica ainda no poder. Ele foi eleito em 1988 prometendo renovação e não mais deixou o cargo.

Segundo os promotores, os dirigentes participaram de esquema de fraude em licitação e desvio de verbas com dinheiro público para a compra de equipamentos esportivos para provas de maratona aquática, nado sincronizado e polo aquático. O MPF pede o bloqueio de bens no valor total de R$ 4,53 milhões para ressarcir o prejuízo com dinheiro público e pagamento de multas, em caso de condenação.

Os itens foram adquiridos através de convênio com o Ministério do Esporte. De acordo com o MPF, o esquema, descoberto pela Operação Águas Claras, teria gerado um prejuízo de mais de R$ 1,5 milhão aos cofres da entidade.

Do valor pago indevidamente, 79% foi para a Natação Comércio de Artigos Esportivos, que se define como empresa de pequeno porte e forneceu como endereço o local onde está localizado uma clínica veterinária e pet shop, no Alto da Lapa (zona oeste de São Paulo).

Segundo a investigação, a empresa venceu a licitação após a desclassificação de quatro concorrentes que tinham sócios em comum ou laços de parentesco.

Outro lado – Em nota, a CBDA informou que, na licitação, “observou a participação de empresas cujos sócios possuíam vínculos entre si, o que violava o item nº 3.5 do Edital e o artigo 90 da Lei de Licitações, o que comprometeria o caráter competitivo do certame”.

Segundo a entidade, as quatro empresas foram eliminadas e uma nova licitação acabou sendo feita e, “ao contrário das acusações a empresa remanescente não foi declarada vencedora do certame”. Segundo a confederação, a Natação Ltda. ganhou a nova concorrência “apenas para fornecimentos dos itens em que orçou o melhor preço”.

Por outro lado, a confederação rebateu o MPF dizendo que a investigação tem caráter político: “Curiosamente o candidato de oposição à atual gestão da CBDA é justamente o presidente da Federação Paulista”, afirma a nota da confederação, referindo-se a Miguel Carlos Cagnoni, presidente da Federação Aquática Paulista, principal opositor de Coaracy e candidato à presidência da CBDA. 

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