Ministro muda foco e critica aeroportos brasileiros

O assunto vinha sendo sempre o mesmo: a Copa do Mundo de 2014 em São Paulo. Nesta segunda-feira, porém, o foco mudou. O ministro dos Esportes, Orlando Silva Júnior, tratou a participação paulista na competição como assunto resolvido e se voltou ao que ele considera o principal gargalo na preparação do Brasil: a malha de aeroportos.

Repetindo o tom de cobrança que destinou anteriormente às autoridades de São Paulo, Silva Júnior citou a Infraero nesta segunda-feira e cobrou uma mudança de postura das autoridades brasileiras para evitar que o país tenha problemas sérios com a Copa do Mundo de 2014. Quando questionado sobre os principais motivos para temor sobre o evento, ele citou esse assunto em dois momentos diferentes.

“A minha grande preocupação é a situação dos aeroportos. Hoje em dia, os aeroportos brasileiros operam perto da capacidade máxima do país e não estamos nem perto de um aumento de turistas que os grandes eventos vão proporcionar. A situação tende a piorar muito nos próximos anos”, projetou Silva Júnior, que esteve no Rio de Janeiro para participar da abertura da feira internacional de futebol Soccerex.

A cobrança pública do ministro coincide com uma determinação da Agência Nacional da Aviação (Anac). Nesta segunda-feira, o órgão avisou que as companhias aéreas estão proibidas de praticar overbooking durante a alta temporada, no fim do ano, como forma de evitar um caos aéreo no país.

Ainda de acordo com a Anac, a previsão é que voos no Brasil tenham entre 90% e 95% de ocupação na segunda quinzena de dezembro deste ano. A previsão é de 14 milhões de embarques para esse período.

“O aeroporto é nosso principal risco para 2014. Temos de mudar totalmente a postura sobre isso, e precisamos de uma participação maior da Infraero em discussões e ações sobre o tema”, concluiu o ministro dos Esportes.

Curiosamente, o tom de Silva Júnior foi bem mais ameno quando ele falou sobre estádios, assunto que anteriormente vinha dominando as cobranças do ministro. “Manaus, por exemplo, tem um cronograma bastante adiantado. Outras cidades também estão em boas situações. Já temos cinco projetos aprovados no BNDES, muitas coisas bem encaminhadas. São Paulo tem um panorama novo porque escolheu uma nova arena, mas me parece que a única preocupação um pouco maior que nós temos nessa área é com Natal”, encerrou.

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