O evento era para apresentar a EsportePrev, um plano de previdência para ex-atletas, em uma iniciativa da Petros, órgão da Petrobrás. No entanto, com a presença do ministro do Esporte, Orlando Silva, e do ministro interino da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, o que se viu na festa foi um apelo ao Congresso Nacional pela aprovação da lei que dá aposentadoria àqueles que já foram campeões mundiais pela seleção brasileira de futebol.
Curiosamente, o homenageado da noite pela EsportePrev foi Mané Garrincha, citado como exemplo de atleta que pode terminar a vida sem o devido apoio. O ponta é considerado até hoje um dos maiores jogadores da história do futebol, com dois títulos mundiais, em 1958 e 1962, além de uma rica carreira no Botafogo. Apesar do sucesso, amargou problemas financeiros no fim da vida, potencializado pelo vício alcoólico.
Quando chamado ao palco, o ministro Orlando Silva não hesitou em fazer a sua sugestão pela lei, proposta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda em 2008. “Aproveito para renovar o apelo ao Congresso Nacional pela lei que protege os atletas campeões do mundo”, ressaltou, lembrando que o projeto está engessado em Brasília há mais de um ano.
Ao se retirar, deu lugar a outro ministro. Substituindo Garibaldi Alves Filho, que está fora do país, Carlos Eduardo Gabas foi mais prolixo em seus dizeres, e reforçou o apelo de Orlando Silva. “Não é possível que aqueles atletas passem por dificuldades. Em 2008, o presidente Lula pediu que nós mudássemos isso. Falei que por lei nós não poderíamos. Ele respondeu que lei nós podemos mudar”, afirmou.
O ministro Garibaldi ainda fez indiretas ao ex-atacante Müller, campeão do mundo em 1994. Recentemente, o comentarista assinou com o canal de televisão por assinatura Sportv, mas havia afirmado anteriormente que passava por problemas financeiros e vivia na casa de um amigo. Após sua carreira de jogador, Müller virou pastor e chegou a abrir uma igreja, que já foi vendida.
Ainda que não tenham seus direitos de aposentadoria garantidos por lei, a EsportePrev surge para adiantar em dez anos o recebimento de uma verba mensal para ex-atletas. O projeto é para que o esportista repasse uma contribuição mensal para compor um fundo em seu nome. Com o valor total, há uma renda que o atleta poderá pegar com apenas 45 anos, já que o tempo de carreira da profissão é mais curto que o normal.
A Petros, que organizou a EsportePrev com alguns sindicatos de atletas no Brasil, foi criada em 1970 e não tem fins lucrativos. Em seu início, a ideia era administrar o plano de previdência complementar da Petrobrás. Hoje, atua com sindicatos, em diferentes áreas e em diferentes empresas.
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