Na África, Messi não ameaça C. Ronaldo

Lionel Messi desbancou Cristiano Ronaldo no fim do ano passado e tomou do português o posto de melhor jogador do planeta ? o camisa 7 da seleção lusitana ficou em segundo na votação da Fifa. A dist”ncia entre os dois ficou ainda maior no primeiro semestre de 2010, período em que o meia-atacante do Barcelona se consolidou como estrela da modalidade. Nos dias que precedem a Copa do Mundo, porém, a situação é inversa nas ruas de Johanesburgo. Por conta de estratégias diferentes de Adidas e Nike, o jogador do Real Madrid ocupa um espaço maior na cidade. Patrocinadora da Copa do Mundo, a Adidas não reservou verba de publicidade para o torneio deste ano. A companhia preferiu investir em marketing ? um exemplo é a campanha lançada na última terça-feira, que propõe um duelo entre atletas patrocinados pela marca. A Nike, por outro lado, apostou em publicidade estática no país-sede da Copa. As ruas de Johanesburgo têm uma série de cartazes com a frase ?Meet Ronaldo? (?Encontre Ronaldo?, em tradução livre), que remete à campanha ?Write the future? (?Escreva o futuro?), lançada recentemente pela empresa americana. Messi e o inglês Wayne Rooney também aparecem em cartazes da cidade, mas como chamarizes para a programação de canais ou serviços de TV por assinatura. No restante das peças, Ronaldo é soberano. O curioso é que Portugal e Argentina, países de Ronaldo e Messi, não estão treinando em Johanesburgo. As seleções trabalham em Magaliesburg e Pretória, respectivamente, e só os sul-americanos jogarão na cidade durante a primeira fase (contra Nigéria e Coreia do Sul). Em Magaliesburg e Pretória, cidades visitadas pela reportagem da Máquina do Esporte, a comunicação é bem mais escassa. Na comparação entre o furor causado nessas duas praças, Ronaldo também leva vantagem. Como a Argentina tem priorizado atividades fechadas e Portugal está em uma região com grande colônia lusitana, o camisa 7 se transformou em um dos jogadores com mais apelo popular no torneio. Um exemplo disso aconteceu no último domingo, no primeiro treino da equipe nacional em território africano, que foi aberto ao público. Entre as 1,6 mil pessoas que conseguiram ingressos ou as milhares que foram barradas, o nome do atleta do Real Madrid era gritado de forma constante. O cenário se repetiu na última terça-feira. Portugal encarou Moçambique em amistoso, e Ronaldo começou o jogo no banco de reservas. O nome dele foi o mais lembrado pelo público presente antes de a bola rolar e a manifestação popular foi intensa quando ele entrou em campo.

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