A Rede Globo resolveu ampliar a entrega de seus anunciantes durante as transmissões do futebol. Na próxima temporada, profissionais da emissora como Cléber Machado, Luís Roberto e Galvão Bueno falarão diretamente o nome das empresas que patrocinam o esporte na empresa. A informação foi divulgada pelo Blog do Maurício Stycer, do portal Uol, e foi confirmada pela Máquina do Esporte.
A iniciativa será possível graças a mudança recente da emissora em separar o esporte do jornalismo. A área passou a ser comandada por Roberto Marinho Neto, que a deixará mais perto dos produtos de entretenimento da Globo.
A alteração terá que passar pelo contrato dos atuais narradores. Como jornalistas, a Globo proíbe que haja ações comerciais. Os profissionais, que não ganharão mais por isso, terão que ajustar o acordo com a emissora. Caso não aceitem as novas condições, eles deverão ser realocados em outros canais, como o Sportv ou o Globoesporte.com.
Essa será a segunda temporada seguida que a Globo aumenta a entrega aos seus parceiros no esporte. Em 2017, as marcas que fecharam com a emissora passaram a ter uma vinheta dentro das partidas de futebol, com as imagens de campo reduzidas para a introdução comercial ao longo dos jogos.
Recentemente, a emissora também incluiu uma citação dos parceiros no Jornal Nacional. Em outubro deste ano, por exemplo, o telejornal dedicou espaço para anunciar a parceria com as empresas que patrocinarão as transmissões da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Banco Itaú, Brahma, BRF, Coca-Cola, Johnson & Johnson e Vivo tiveram a exposição extra.
A nova medida já foi usada como trunfo nas novas negociações. Em 2018, o pacote do futebol, com Ambev, Chevrolet, Hypermarcas, Itaú, Unilever e Vivo, foi vendido a R$ 230 milhões por cota, um valor mais de R$ 50 milhões inferior ao do ano anterior. A venda inclui Brasileirão e Libertadores, entre outros.
A mudança na precificação é comum em ano de Copa do Mundo, já que existe uma nova venda focada apenas no torneio da Fifa. Em 2018, a emissora ofereceu duas cotas a menos em relação ao Mundial de 2014, disputado no Brasil, e irá faturar menos com a disputa a ser realizada na Rússia.
Com as novas entregas, a expectativa da emissora é superar o patamar de negociação dos últimos anos. Conta também, para isso, com a crescente audiência do futebol desde que a parceria com a Band foi encerrada em 2016.