No próximo dia 7, o Náutico irá fazer a estreia de um site de compra coletiva do clube. Trata-se de uma iniciativa inédita que marcará o seu aniversário de 110 anos. Um dia depois, será a vez de o Internacional lançar um projeto semelhante. A diretoria pernambucana baseia seu plano no sucesso de vendas que foi o pacote de vendas de ingressos em um site com o mesmo princípio, no início do ano. Para sobreviver à concorrência, o clube aposta em ofertas direcionadas ao seu torcedor.
Hoje, os brasileiros têm a sua disposição dezenas de sites de compra coletiva. O mercado teve alta aceitação do público em um curto espaço de tempo. O pioneiro no país foi o Peixe Urbano, lançado no início de 2010. No fim daquele ano, a empresa já contava com mais de cem concorrentes espalhados no Brasil. Na época, o Ibope Nielsen Online contabilizou os usuários únicos e chegou ao número de 5,6 milhões apenas em setembro. O ano foi fechado com 7 milhões de internautas fazendo uso desses sistemas.
Para se colocar nesse mercado, a ideia do Náutico é se fechar em seu consumidor específico, sua torcida. Segundo o superintendente de marketing do clube, Marcelo Furtado, a explosão de concorrentes não é um cenário que assusta. “A tendência é que o número de sites diminua e que só os grandes e as empresas de nichos sobrevivam, caso daqueles voltados apenas a hotéis e a automóveis”, afirmou.
É nesse mercado de nicho que o Náutico apostas as suas fichas. Além de promoções envolvendo serviços, como são usualmente usados os sites de compra coletiva, o clube quer colocar entre as ofertas oportunidades de experiências específicas para o torcedor alvirrubro. Entre os projetos que já foram pensados estão visitas ao Centro de Treinamento do time, com contato com jogadores.
Um exemplo citado foi a oportunidade de jogar uma partida de futebol no videogame com membros do elenco. Há também a possibilidade de vender uso de serviços do clube, como um mês de natação. O que o clube guarda em segredo é qual será a primeira oferta colocada na página.
Além da arrecadação com cada venda realizada, o Náutico espera criar mais um atrativo para sócios, que terão vantagens no uso do sistema. O associado que comprar algo no site terá 10% do valor gasto como crédito para uma futura compra.
Os hábitos da população de Recife também animam o marketing do Náutico. “Não é só em São Paulo que a compra coletiva deu resultado. O recifense gosta muito de internet e esse mercado cresceu muito aqui”, afirmou Furtado.
A confiança no meio é tamanha que o marketing do clube já estuda a possibilidade de lançar novas ferramentas, especificamente um leilão virtual. Esse mercado já não é tão aquecido quanto às compras coletivas, mas hoje já existem mais de 30 sites com esse propósito. Nesse caso, o leilão tem uma diferença do tradicional: o cliente paga por cada lance oferecido. Ele pode adquirir um produto com preço inferior ao varejo, mas o site recebe por todas as apostas dadas. O Corinthians foi o primeiro clube brasileiro a apostar nesse formato, com o “Leilão da Fiel”.
Para o Náutico, a ideia ainda terá que esperar. O objetivo inicial é lançar a página de compras coletivas e fazer uma avaliação posterior. Em tom de brincadeira, Marcelo Furtado deixa claro que lançar ambos os projetos simultaneamente os deixaria sem o controle desejado. “Uma coisa de cada vez”, finalizou.