NBB desafia clubes a adotarem modelo profissional

“A liga tem de privilegiar a todos igualmente”, diz diretor do Minas

Com início marcado para a próxima sexta-feira (29), a terceira edição do Novo Basquete Brasil (NBB) irá reunir os 15 principais clubes de basquete do país e irá submetê-los a um novo desafio: crescer. O processo de profissionalização comandado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), entidade responsável por organizar o torneio, ainda não é acompanhado por todos os times em ritmo e proporção.

“O basquete tem como vantagem sobre o vôlei, por exemplo, a vantagem de as equipes serem mais fortes por representar cidades, mas os clubes ainda são um problema crônico”, define Maurício Fragata, diretor da agência Fragata Marketing de Entretenimento. “Muitas vezes, o técnico também é diretor de marketing, e nesse cenário não dá para fazer muito em termos de ativação”.

A tendência, de acordo com o especialista em marketing esportivo, é que o basquete continue evoluindo. A criação de entidade para representar os clubes e organizar o torneio, avalia Fragata, foi um passo importante em direção à profissionalização do esporte no Brasil, uma vez que permite à Confederação Brasileira de Basquete (CBB) focar as atenções na seleção brasileira, ainda pouco chamativa.

A LNB, bem sucedida na missão de profissionalizar a gestão do basquete brasileiro, principalmente quando consegue atrair empresas como a Penalty para a modalidade, porém, depende do desenvolvimento dos próprios clubes. Para que a liga continue se desenvolvendo e se tornando atrativa para patrocinadores em potencial, é consenso a necessidade de manter alto nível de competitividade.

“A gestão está na mão dos clubes, que têm autonomia de decisão sobre calendário, formato de competição, negociações, exposição e captação de empresas para participar do projeto”, afirma Marcelo Vido, diretor de marketing do Interforce/Minas e membro do conselho de marketing da entidade. “Por essa razão, temos de pensar como unidade e saber que a liga tem de privilegiar a todos igualmente”.

A profissionalização dos clubes, de acordo com profissionais envolvidos na gestão da liga, pode ser notada, ainda que timidamente, em pequenos detalhes. “Arrisco-me a dizer que no começo só três equipes tinham assessoria de imprensa”, argumenta Sérgio Domenici, gerente-executivo da LNB. “Hoje, depois de media training, todos têm departamento de marketing, imprensa e comunicação”.

A estruturação das áreas citadas pelo dirigente, entretanto, ainda não impede que parte dos clubes tenha intensas dificuldades para obter aportes. O Vitória/CECRE, do Espírito Santo, deve iniciar o NBB sem um parceiro disposto a injetar dinheiro no basquete local. A quilômetros de dist”ncia, o Itabom/Bauru teve de criar várias cotas de valor menor para suprir a falta de um patrocínio máster.

A repatriação de 15 atletas brasileiros, entre ligas de Espanha, Grécia e Estados Unidos, segundo Domenici, é outro indicador positivo. Para o torneio nacional, o gerente-executivo prevê seis ou sete equipes com chances de título, momento reconhecido pela CBB. “Os clubes estão tentando se adequar ao momento de profissionalização”, avalia José Carlos Brunoro, diretor de marketing da confederação.

Durante os próximos meses, os times de basquete terão de provar se estão aptos a acompanhar o ritmo de desenvolvimento da LNB, e têm na busca por novos torcedores um caminho coerente. “Se conseguirmos mais gente interessada em assistir aos jogos, ir ao ginásio e praticar basquete, estaremos prontos para ter mais mídia, patrocinadores e empresas interessadas”, finaliza Vido, do Minas.

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