Just do It. O conceito da Nike, criado em 1988, completou 30 anos. E, para celebrar o aniversário da frase que caracterizou a empresa americana nas últimas décadas, a marca resolveu fazer um posicionamento claro sobre um assunto que há dois anos tem movimentado o esporte americano: os protestos na NFL.
Para isso, acertou um patrocínio ao jogador-chave de toda a história das manifestações ocorridas nos campos da NFL: Colin Kaepernick, ex-atleta do San Francisco 49ers. Em mensagem divulgada nas redes sociais, a marca cravou o sentido do ‘Just do It’: “Acreditar em algo. Mesmo que signifique sacrificar tudo”.
Foto: Reprodução / Twitter (@Kaepernick7)
Foi Colin Kaepernick quem começou a se ajoelhar durante o hino nacional americano para levantar a bandeira contra o racismo e as desigualdades sociais nos Estados Unidos. A ação foi seguida por diversos jogadores, mas Kaepernick não conseguiu mais atuar; está sem time há duas temporadas.
As manifestações dos jogadores foram entendidas por parte do público como desrespeitosas ao hino americano. A rejeição aumentou quando o presidente do país, Donald Trump, resolveu abraçar a ideia. O político, feroz crítico dos protestos, chegou a chamar os atletas dos protestos de “filhos da puta”.
A decisão da Nike não passou batida pelo público, que protestou nas redes sociais. Há vídeos de pessoas que queimaram tênis da marca em boicote à companhia. O cantor John Rich, republicano, chegou a publicar uma foto com meias rasgadas da marca. “Nike, multiplique isso por milhões”, afirmou.
Isso não significa que a Nike tenha passado do ponto em sua ação. Segundo um levantamento da Apex Marketing Group, nas primeiras 19 horas do anúncio, a marca já havia alcançado US$ 43 milhões em exposição de mídia. Das citações ao caso nas redes sociais, 44% eram positivas e apenas 23% eram negativas.
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Ainda assim, a empresa terá que se espelhar em Kaepernick para manter sua posição: depois do anúncio, as ações da companhia caíram 4% na reabertura da Bolsa de Nova York após o feriado da última segunda-feira (4) nos Estados Unidos.
Além de Kaepernick, a Nike abraçou outras celebridades do esporte para celebrar o aniversário do slogan. Serena Williams, que já havia recebido suporte da empresa na polêmica sobre sua vestimenta de jogo em Roland Garros, também foi lembrada. “Especialmente orgulhosa de fazer parte da família Nike hoje”, comentou a tenista no Twitter, em mensagem que foi republicada pelo atleta da NFL.