Nike aposta em perfil de jovem para espalhar novo conceito

Henry Rabello: “O jovem não quer esperar mais que as outras pessoas façam as mudanças”.

Henry Rabello está há uma década na Nike, mas viverá, em 2016, uma experiência inédita: uma Olimpíada com um contrato oficial entre a empresa e a organização do evento. Para embalar a marca nesse período, o vice-presidente de marketing da companhia no Brasil aposta em um público jovem cada vez mais engajado.

No evento que marcou o lançamento do conceito “Vem Junto”, no Rio de Janeiro, a Máquina do Esporte conversou com exclusividade com o executivo por trás das estratégias da Nike no país. Leia a conversa na íntegra:

 

Máquina do Esporte: A Nike tem objetivo de dobrar o faturamento no Brasil nos próximos anos. Quão importante são os Jogos Olímpicos para o alcance dessa meta?

Henry Rabello: Nesses momentos grandiosos, numa Copa ou em uma Olimpíada, nós buscamos sempre uma oportunidade para ter uma melhor conexão com o consumidor. E nesses Jogos de 2016, nós vemos a oportunidade de trabalhar em parceria com três confederações e com mais de 300 atletas que a gente patrocina para criar essa conexão e ajudar ainda mais nessa jornada de dobrar o faturamento no futuro.

E a gente vê, claro, o potencial do mercado brasileiro, apesar da dificuldade que a gente está enfrentando no momento, mas nosso comprometimento é de longo prazo. Então junto com o Comitê Olímpico Brasileiro, com o Rio 2016, a gente viu que esse é um momento único, um momento muito especial para nós brasileiros.

ME: Na prática, como o conceito “Vamos Juntos” se desdobra?

HB: É uma jornada de longo prazo. Não ficará restrito a um comercial. É um compromisso que acontece não só na parte da comunicação, mas com o compromisso de transformação social no Rio de Janeiro, nos projetos que nós apoiamos, nas ativações que nós vamos ter nas lojas, nas atividades como clube de corrida, de futebol, de skate. É uma mentalidade, uma visão.

ME: Como ele surgiu?

HB: Nós estudamos muito os consumidores. E depois desse momento, principalmente de Copa do Mundo, nós vimos que o jovem não quer esperar mais que as outras pessoas façam as mudanças. Eles estão tomando a iniciativa. Isso está sendo multiplicado. E essas micro-revoluções tornam esse movimento coletivo muito poderoso.

ME: A campanha faz sentido com o que foi feito em Londres (Find your greatness), na força do amador. Elas estão alinhadas ou isso não foi pensado?

HB: Não. Nós começamos do zero aqui. Nós tivemos o momento “ouse a ser brasileiro” na Copa do Mundo, que era uma chamada de orgulho do futebol brasileiro. No caso, o resultado não foi tão esperado quanto nós gostaríamos, mas foi um momento diferente, diferente para o consumidor, para o público jovem. Isso foi tudo baseado no insight do consumidor brasileiro.

ME: Por que a escolha do Seu Jorge para apresentar o conceito?

HB: Primeiro, o Seu Jorge é um amigo da marca. É uma pessoa que teve sua vida transformada pela corrida. Ele fumava muito, era viciado em tabaco. Mas hoje a vida dele mudou por causa da corrida. E nós acreditamos que um exemplo como esse, com uma pessoa que está conectada com a nossa marca e que tem uma projeção como a que ele tem, é um grande exemplo que nós temos que mostrar.

ME: Como fica o futebol brasileiro pós-Copa do Mundo? Alguns contratos com clubes têm chegado ao fim, sem renovação…

HB: Para nós, o futebol não é só os clubes de elite ou a seleção brasileira ou Neymar ou qualquer outro atleta desse nível, mas também aqueles que estão jogando no dia-a-dia. Então nós voltamos a esse movimento, esse convite que nós fazemos. Em relação a futuras oportunidades, com clubes e atletas, é algo que nós continuaremos trabalhando. Nós temos bem claro esse plano, esse compromisso com esse esporte. 

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