Nike espera que Copa do Mundo faça futebol voltar a crescer no faturamento do grupo

Cristian Corsi (à esq.) e Henry Rabello, presidente e vice-presidente de marketing da Nike no Brasil

Em ano de Copa do Mundo, com patrocínios a dez das seleções que virão ao Brasil para disputar a competição e uma nova campanha publicitária global totalmente centrada no futebol, não há muito risco em apostar que a Nike vai ter um aumento sensível nas vendas com a modalidade. “Num ano como este, o futebol deve ter uma participação bem maior [no faturamento do grupo]”, projetou Cristian Corsi, presidente da empresa no Brasil, em um encontro com jornalistas nesta terça-feira (1º). A realidade é que, até o ano passado, o futebol estava em baixa no grupo.

Em 2013, o faturamento com futebol caiu 4%, de US$ 2 bilhões para US$ 1,9 bilhão. Foi a única das oito divisões que registrou perdas em relação a 2012. Mais: o futebol, com 9% de toda a receita gerada com produtos que leva a marca Nike, foi apenas a sexta categoria das oito. Sportswear, de estilo e roupas para o dia a dia, foi a que mais gerou receita para o grupo no ano passado. Foram US$ 5,6 bilhões, 27% do total, quase três vezes mais do que futebol. Corrida de rua, basquete, roupas masculinas para treinamento e o que a companhia chama de “outros” foram outras que ficaram à frente dele.

Leia mais
Neymar, C. Ronaldo e Rooney protagonizam nova campanha global da Nike para Copa

Nos últimos quatro anos, a proporção do futebol dentro da Nike também diminuiu. Os 9% a que corresponde na receita total de 2013 são menores do que os 10% de 2012 e do que os 11% que se repetiram em 2011 e 2010. Seria relevante comparar quanto a modalidade rendeu em 2009, um ano antes da Copa da África do Sul, para medir o impacto causado pela competição no faturamento, mas os balanços financeiros não tinham este nível de detalhe na época.

Apesar da queda recente do futebol dentro da Nike, a fabricante americana diz manter a liderança global deste esporte. Corsi contou que são feitas pesquisas semestrais para medir lembrança de marca e participação de mercado de cada uma das empresas. A Nike tem conseguido bons resultados nesses levantamentos internos. O presidente afirmou que, quando consumidores foram perguntados sobre quem era a patrocinadora da Copa do Mundo, um status que pertence à Adidas, a Nike foi citada pela maioria dos entrevistados, sem citar detalhes. Outro estudo recente citado por Corsi colocou os americanos como líderes na Alemanha, país natal da rival.

Projeções sobre o provável crescimento do futebol no faturamento total em 2014 não puderam ser feitas pelos executivos, porque, afinal, a Nike está listada na bolsa de valores de Nova York e deve seguir uma série de regras, entre elas não revelar dados sobre o futuro da empresa em canais não-oficiais como a imprensa. Os resultados poderão ser medidos somente em junho de 2015, quando o balanço anual do grupo encerrado em maio, último mês do ano fiscal, é divulgado. Antes disso, balanços trimestrais, com menos dados, serão publicados.

A filial brasileira, dirigida por Corsi, por fim, espera que, com a Copa sediada pelo país, a terceira posição na lista de maiores mercados para a Nike seja mantida em 2014. No fim do ano passado, o grupo anunciou que o Brasil superou Japão e Reino Unido e está atrás apenas de China e Estados Unidos, dois países que, com muito mais habitantes e economias mais bem desenvolvidas, dificilmente serão ultrapassados pela operação brasileira tão cedo.

 

Sair da versão mobile