Nike mira público feminino para reverter queda no futebol

O Boca Juniors aprovou nesta semana um acordo com a Adidas para ser a fornecedora de material esportivo do clube a partir de 2020. A marca alemã vai substituir a Nike após 24 anos e, assim, passará a dominar o futebol argentino, patrocinando também o River Plate e a seleção nacional.

A troca entre as duas marcas concorrentes é mais uma “derrota” da Nike, que mudou a estratégia dentro do mercado do futebol. A empresa americana, que sempre tentou possuir uma grande quantidade de clubes patrocinados, tem reduzido o leque de times. E mirado os esforços para o consumo do futebol pelas mulheres. 

Desde 2014, quando atingiu o recorde de vendas de produtos de futebol, a Nike vem perdendo terreno nessa categoria. Neste último ano fiscal, encerrado em junho, as vendas ficaram em US$ 1,9 bilhão, 12% a menos do que no ano anterior. Foi a única categoria que teve queda de venda em relação ao outro ano fiscal.

“Ainda somos a referência quando o assunto é futebol”, declarou Mark Parker, CEO da Nike, na última conferência com acionistas, ao apresentar os números.

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A queda no número de times patrocinados explica, em parte, o pior desempenho nas vendas de futebol. Em 2015, completou-se o primeiro ano da Nike sem o Manchester United, que foi para a Adidas. Depois, a Juventus também fez essa migração. Agora, é o Boca Juniors. Arsenal e Manchester City foram para a Puma (o Arsenal, agora, virou Adidas). Sem tantos clubes entre os maiores do mundo, as vendas têm caído. Por isso, a aposta passou a ser antecipar-se e incentivar o aumento do consumo da mulher. Um movimento similar ao que ela mesma fez na corrida de rua há alguns anos com o jovem.

Foto: Reprodução / Twitter (@FIFAWWC) 

Neste ano, pela primeira vez, a Nike desenhou uniformes exclusivos para os times femininos das seleções patrocinadas na Copa do Mundo. Além disso, fez campanha com as atletas e tem incentivado o aumento da prática do futebol feminino. As vendas de produtos de futebol durante o Mundial foram celebradas por Parker:

“Quase dois terços das equipes e metade das jogadoras usaram Nike no torneio. A exposição impulsionou a venda em camisas, tops de alto desempenho e teve extensões em produtos de estilo de vida. A camisa feminina dos EUA é hoje a camisa de futebol, masculina ou feminina, número 1 em vendas no site em uma temporada”, disse o executivo, na mesma reunião com acionistas, para completar:

“Você verá cada vez mais a Nike tentando garantir que as mulheres tenham o produto certo para jogar com confiança. Seja qual for esse esporte”.

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