No centro da Lava Jato, Odebrecht decide deixar estádios

A Arena Fonte Nova, em Salvador, que é gerida pela Odebrecht

Principal investigada na Operação Lava Jato da Polícia Federal, a construtora Odebrecht deixará de atuar na operação de dois dos três estádios sob contrato.

A Máquina do Esporte apurou que apenas a Itaipava Arena Fonte Nova seguirá a ser gerenciada pela Odebrecht. O estádio, que foi construído em parceria com a OAS, é o mais enxuto na visão da construtora, que já deixou a gestão do estádio do Maracanã, que foi entregue para o Rio-2016, e em breve sairá também da Itaipava Arena Pernambuco, cuja gestão passará por nova licitação, segundo o governo estadual.

A saída da Odebrecht acontece no instante em que a empresa fez acordo de leniência, e seus principais ex-executivos presos na Lava Jato aceitaram fazer delação premiada sobre o escândalo de corrupção que teve origem em negócios da Petrobras e que, desde terça-feira, passou a envolver também estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014.

O fim da gestão de Maracanã e Arena Pernambuco deve também aliviar o prejuízo da Odebrecht com esses estádios. Até agora, a empresa ficou no vermelho com os dois aparatos. Em dois anos e meio de operação, o prejuízo no Maracanã passou dos R$ 150 mi.

Já a operação da Fonte Nova, mais enxuta, assegura maior rentabilidade para a empresa e, por isso, vai continuar a ser gerenciada por ela. Em 2014, o estádio teve mais de R$ 45 milhões de arrecadação, frente a custos de cerca de R$ 40 milhões. Sendo mais lucrativa, a Fonte Nova seguirá nas mãos da Odebrecht.

Com a decisão da empresa, os dois estádios deverão passar por novo processo de licitação. No Rio, só a partir de outubro, após as Paralimpíadas, que o Maracanã voltará para o governo. Já em Pernambuco, haverá nova licitação, mas a data não foi definida.

A Lava Jato mostra que já fez a primeira vítima no futebol.

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