Novas suspeitas de compras de votos “ressuscitam” Fifagate

Novas suspeitas de compras de votos para escolher a Rússia como sede da Copa do Mundo de 2018 pairam sobre a Fifa. De acordo com o site investigativo The Insider, e-mails vazados apontaram que existia um plano estruturado de suborno das autoridades com direito a voto para a escolha da sede do Mundial realizado no ano passado.

De acordo com as capturas de tela obtidas pelo site, um funcionário do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo enviou um dossiê com instruções de como subornar membros do Comitê Executivo da Fifa, entre eles o alemão Franz Beckenbauer e o francês Michel Platini.

Segundo o dossiê, Fedor Radmann, consultor de Beckenbauer, por exemplo, ofereceu seu voto em troca de uma generosa recompensa pelos serviços de consultoria. Outro anexo obtido ainda apontou que o valor cobrado por Radmann foi de € 3 milhões como “taxa de consulta”, além de mais € 1,5 milhão pela oferta vencedora que seria feita pela Rússia.

Foto: Reprodução

Os arquivos também incluem o argentino Julio Grondona, ex-presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA) e ex-vice-presidente da Fifa (falecido em 2014), Issa Hayatou, ex-presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF) e ex-presidente interino da Fifa, além de Jack Warner, homem mais procurado do futebol que luta contra a extradição de Trinidad e Tobago para os Estados Unidos por acusações de corrupção, e o ex-secretário-geral da Concacaf Chuck Blazer, principal delator do escândalo de corrupção ocorrido na Fifa em 2015 e primeiro a confessar ter aceitado milhões em subornos (falecido em 2017).

Os e-mails teriam vindo da conta de Sergei Kapkov, ex-político russo e chefe do Fundo da Academia Nacional de Futebol do país. Não há evidências nos documentos, datados de março de 2010, nove meses antes da votação que definiu a Rússia como sede, de que houve qualquer suborno, mas as revelações trazem ainda mais suspeitas sobre todo o processo de licitação.

Alexei Sorokin, um dos principais nomes do COL em 2018, que sempre insistiu que a escolha da Rússia tinha sido totalmente limpa, rejeitou o relatório, acusando-o de falso. Em entrevista ao site de notícias RBC, ele afirmou que “tudo isso parece fabricado do começo ao fim”.

Sair da versão mobile