O que esperar da Nike após desistência de fabricar o Fuelband

Não é oficial, mas a Nike está mudando a estratégia que tinha traçado para o Fuelband, pulseira tecnológica que monitora os movimentos do atleta, lançada em janeiro de 2012. A fabricante de materiais esportivos americana decidiu demitir toda a equipe que produzia o hardware, a pulseira em si, segundo reportou o site CNET, especializado no mercado de tecnologia, na última sexta-feira (18). Os 70 funcionários do departamento foram informados sobre as demissões na quinta. 70% a 80% deles serão dispensados, e os demais serão remanejados dentro da companhia.

A Nike alegou que, como uma empresa global e “acelerada”, “continuamente alinha recursos às prioridades”. “Conforme nossa área de Digital Sport evolui, nós fazemos mudanças na equipe, e haverá um pequeno número de demissões”, escreveu Brian Strong, porta-voz da empresa, em e-mail ao CNET. A Nike tampouco deixará de vender os produtos da segunda geração do Fuelband, apresentados no ano passado. “O Fuelband permanece como uma parte importante do nosso negócio. Nós vamos continuara a aprimorar o aplicativo, lançar novas cores, e nós vamos vender e dar suporte técnico ao Fuelband por um certo período”.

O que está nas entrelinhas é que a Nike desistiu de investir no hardware. As razões não são claras, mas há uma de fácil dedução. Há rumores de longa data de que gigantes da tecnologia como Apple e Google farão relógios inteligentes. O Google apresentou em março deste ano um sistema operacional para relógios e outros aparelhos “vestíveis”, o Android Wear. É de se esperar que a companhia anuncie em breve mais planos para este setor. A Apple, por outro lado, nunca confirmou o interesse neste mercado. Mas rumores e análises tornam quase que inevitável a entrada da empresa de Steve Jobs no ramo de relógios tecnológicos. O nome deste lançamento dela, dizem, seria iWatch.

A Apple, aliás, pode ter ficado animada com a desistência da Nike sobre o Fuelband. Não por ser uma concorrente, porque a fabricante de materiais esportivos dificilmente ofereceria grandes ameaças à Apple, cujo know-how em aparelhos tecnológicos é infinitamente maior do que o da Nike. Mas porque uma das possibilidades em um futuro próximo é a união das duas companhias – da experiência da Apple em hardware e da Nike em esporte – para um novo produto.

Há um histórico de trabalhos em parceria entre as ambas. Antes mesmo do iPhone, a Nike já havia começado a vender um calçado com um sensor que funcionava em conjunto com o iPod da Apple. Ele monitorava as corridas dos atletas que os usavam. Outro que pode favorecer uma parceria é Tim Cook, substituto de Jobs e atual CEO da Apple. Ele faz parte do Conselho de Administração da Nike desde 2005, antes mesmo de assumir o comando da Apple.

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