A reutilização do estádio do Maracanã após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro se transformará numa grande incógnita depois que a construtora Odebrecht decidiu devolver o estádio para o governo do Rio, com quem tinha um contrato para exploração do estádio por mais 32 anos, até 2048.
O motivo do pedido da Odebrecht, que evita falar em devolução, é o fato de o governo ter proíbido a construtora de demolir o parque aquático Júlio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros, que ficam ao lado do estádio e que virariam estacionamento e área para outras ações.
No projeto inicial de viabilidade do negócio, a Odebrecht usaria o espaço para faturar com eventos menores e estacionamento. Com a proibição, a construtora alega que não conseguiria mais ter o retorno financeiro esperado.
Assim, desde 2015 que a Odebrecht pede a revisão do acordo.
“A Concessionária reforça que tem feito um trabalho contínuo para reduzir os custos fixos, minimizar os prejuízos operacionais e se adequar aos impactos da alteração unilateral do contrato de concessão e aos períodos de interrupção da operação como na Copa do Mundo e Jogos Rio 2016”, diz a nota enviada ao Rio.
Em cerca de dois anos de operação, a Concessionária, formada por Odebrecht (95%) e AEG (5%), acumula prejuízos que já somam mais de R$ 150 milhões. Em janeiro, a empresa optou por abrir mão de usar o Maracanã durante o Estadual do Rio e demitiu quase toda a equipe de trabalho no estádio. Em maio, o local passou a ser gerenciado pelo Comitê do Rio 2016, que prepara o estádio para abrigar a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Antes, o Maracanã recebeu as finais do Estadual, mas sem ter a gestão da Concessionária nas partidas.