A ONU (Organização das Nações Unidas) recebeu denúncia de possível trabalho escravo de trabalhadores da Coreia do Norte em obras dos estádios para a Copa do Mundo da Rússia 2018. Apenas durante a construção do estádio Zenit Arena já foi registrada a morte de quatro operários desde agosto de 2016.
Segundo a denúncia, pelo menos 110 operários norte-coreanos são utilizados como escravos. O grupo ganha apenas US$ 8,7 por dia em uma jornada de trabalho de 17 horas diárias. Além disso, os trabalhadores dormem em containers sem condições mínimas de higiene. Há alguns dias, um trabalhador morreu após infarto.
Segundo as investigações, os norte-coreanso não têm dias livres, nem contam com nenhum tipo de direito trabalhista. De acordo com a ONU, o governo da Coreia do Norte fica com cerca de 90% do dinheiro que deveria ser destinado aos trabalhadores.
“Eles não vêm aqui de maneira voluntária. Estão sujeitos a um contrato com o governo de seu país. As empreas da Rússia crescem graças ao governo da Coreia do Norte, que vende seus trabalhadores”, afirmou o advogado Andrey Yakimov, em entrevista ao diário The Sun.
Por outro lado, a Zenit Arena, de São Petersburgo, que começou a ser construída há 11 anos, não só ainda não foi terminada, como o preço final será mais do dobro do orçamento inicial (US$ 1,2 bilhão).
Em fevereiro, o presidente Vladimir Putin organizou uma festa de inauguração que teve cerca de 10 mil convidados, acrobatas, cantores e apresentações de circo. Apesar disso, o site oficial do estádio diz que as obras estão 85% terminadas.
A Fifa emitiu nota oficial negando violações de direitos humanos no local e assegurou que, caso isso seja comprovado, “não será tolerado”.