Ter um canal próprio de vídeo tem sido um desejo recorrente entre clubes brasileiros. Palmeiras e Santos, por exemplo, se orgulham do alto número de seguidores no YouTube. Há alguns anos, o Corinthians chegou a montar um estúdio em sua sede, um projeto que não se sustentou. É nesse mercado que se insere a Ooyala, que quer usar sua expertise internacional para triunfar no Brasil.
A Ooyala é uma empresa americana que faz gerenciamento online de vídeos. Mantém clientes como a NBC e o Washington Post. Quando se trata de esporte, a companhia também tem mídias, como a ESPN, mas estão nos clubes as experiências que podem abrir portas no mercado brasileiro.
A principal habilidade a Ooyala é transmitir conteúdos em uma plataforma que atinja diversas mídias online, do tablet ao PC. Os vídeos podem ser transmissões de eventos ao vivo via streaming ou de material exclusivo, como explica Abel Honigsblum, diretor de canais de venda para a América Latina. “Os torcedores querem ter acesso a vídeos únicos de seus clubes”, afirmou.
O executivo contou à Máquina do Esporte o case do clube inglês Chelsea, um dos clientes da empresa. Com conteúdo privado, em que os torcedores têm que pagar para ter acesso, a agremiação britânica chegou a dobrar o investimento anual em apenas um mês, graças a uma audiência espalhada em todo o mundo. Na Inglaterra, o rival Arsenal também é cliente da companhia.
Além da possibilidade de ganho com venda direta do acesso, o que a empresa oferece é um alto monitoramento de como os vídeos são acessados. Dessa maneira, a venda para anunciantes é facilitada, tanto no caso de um clube quanto de um veículo de comunicação.
Para chegar ao Brasil, a Ooyala fez parceria com a Ímpeto Informática. O diretor da empresa brasileira, Marcelo Erthal, é um dos responsáveis pelas adaptações necessárias no mercado nacional. O executivo explica, por exemplo, o modo como a companhia deve driblar a má qualidade de banda larga do país. “Usaremos a qualidade bithate adaptative, que adequa à banda usada, com vídeos em HD ou em pior qualidade”, afirmou.
Segundo Erthal, os clubes brasileiros podem monetizar os vídeos de diversas maneiras, além da venda de publicidade. Uma das sugestões é ligar a transmissão com os programas de sócio-torcedor, tornando o conteúdo uma das exclusividades extras. “O esporte ainda não descobriu aqui o quanto pode fazer de dinheiro com a internet”, sentenciou.
América Latina
Não é só no Brasil que a Ooyala está de olho. Dentro do futebol, um dos primeiros clubes da América Latina que conta com os serviços da empresa é o Universidad de Chile. Agora, o foco está nos grandes clubes da região, com negociações que devem envolver Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e América e Chivas, do México.