Os 10 principais escândalos do esporte na última década

O caso de corrupção que abalou a Fifa e culminou na prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin é só a ponta do iceberg de uma série de escândalos que marcaram o esporte nos últimos dez anos. Entre doping, manipulação de resultados, assassinato, espionagem e racismo, várias modalidades foram afetadas.

Na terceira lista da série de comemorações pelo décimo aniversário da Máquina do Esporte, vamos relembrar as dez histórias mais marcantes estremeceram o mundo esportivo entre 2005 e 2015.

1 – Fifa

Sede da Fifa em Zurique,na Suíça

O FBI invadiu o 65º Congresso da Fifa e prendeu sete dirigentes acusados de fraude, extorsão e lavagem de dinheiro, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. J. Hawilla, dono da Traffic, foi o estopim da crise depois de ter feito um acordo de delação premiada com a Justiça americana no valor de US$ 151 milhões. Entre as suspeitas levantadas estão o pagamento de propinas para negociações comerciais dos principais torneios da Concacaf e da Conmebol. As investigações mobilizaram a Polícia Federal no Brasil, que apreendeu celulares e computadores na Klefer, agência de marketing esportivo ligada à CBF. O escândalo fez o Senado aprovar a CPI do Futebol, liderada por Romário.

2 –  Goleiro Bruno

Bruno, ex-goleiro do Flamengo

No auge da carreira, o goleiro Bruno foi apontado como principal suspeito do desaparecimento de Eliza Samudio, com quem ele teve um filho em uma relação extraconjugal. À época, ex-atleta atuava pelo Flamengo. O corpo de Eliza nunca foi encontrado e perpetuou a versão de que Bruno teria mandado jogar os restos mortais da modelo aos cães nos arredores do seu sítio, em Minas Gerais. Em 8 de março de 2013, ele foi condenado a 22 anos e três meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, cárcere privado e sequestro de Eliza, além de ocultação de cadáver. O ex-jogador admitiu a morte da ex-amante, mas nega ter sido mandante ou executor do crime e acusa Luiz Henrique Romão, o Macarrão, seu funcionário e amigo de infância, de ter sido mentor do sequestro e homicídio de Eliza.

3 – Lance Armstrong

Lance Armstrong

Sete vezes campeão do Tour de France, Lance Armstrong foi acusado de doping em 2005 pelo jornal l’Equipe em uma reportagem que fazia referência ao seu primeiro título na competição francesa, em 1999. O ciclista – que chegou a enfrentar um câncer quando ainda competia – admitiu a culpa anos depois e teve todos os prêmios da sua carreira retirados pela UCI, além de ter sido banido do esporte. O norte-americano perdeu ainda todos os contratos de patrocínio que tinha, entre eles Nike, Sram, Trek, Oakley, passando de herói a vilão em questão de meses. Em apenas um dia, Armstrong chegou a perder US$ 75 milhões em contratos comerciais.

4 – F-1

Piquetgate: Nelsinho Piquet denunciou Flavio Briatore

A Fórmula 1 viveu sob tensão em muitas temporadas ao longo dessa década. Em 2008, Nelsinho Piquet forjou uma batida no GP de Cingapura para beneficiar Fernando Alonso, então na Renault, a mando de Flavio Briatore – chefe da escuderia – banido do esporte no ano seguinte, quando o resultado forjado veio à tona. No ano anterior, a McLaren foi acusada de usar informações confidenciais da Ferrari a favor de Lewis Hamilton, em um caso que ganhou os tribunais. Não bastassem os problemas na esfera esportiva, o então presidente da FIA, Max Mosley, foi flagrado em uma orgia com suposta temática nazista também 2008. Além disso, uma das prostitutas foi apontada como mulher de um agente do serviço secreto inglês. Mosley não resistiu à pressão e não emplacou outro ano à frente da entidade.

 5 –  Máfia do Apito

O ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho

No meio da 35ª edição do Campeonato Brasileiro, o árbitro Edilson Pereira de Carvalho foi acusado de manipulação de resultados e preso. O árbitro Paulo José Danelon também estava envolvido no esquema. O caso ficou conhecido como Máfia do Apito. O ex-juiz, banido do esporte, admitiu ter influenciado no resultado de 11 jogos para lucrar em casas de apostas com as quais tinha acordo. Em decisão inédita do STDJ, todas as partidas com interferência de Carvalho foram anuladas. O Corinthians foi o campeão daquela temporada, três pontos à frente do Internacional. Caso os resultados fossem mantidos, o time gaúcho levantaria o troféu daquele ano.

6 – CBV e Banco do Brasil           

CBV perdeu o patrocínio do Banco do Brasil

Considerada a confederação-modelo no esporte brasileiro, a CBV foi abalada com a revelação de que os dirigentes Marcos Pina e Fábio André Dias Azevedo ganharam comissões de um contrato assinado pela entidade com o Banco do Brasil. Após a denúncia, Pina deixou a superintendência geral da CBV, o contrato com o BB foi suspenso e a gestão de Ary Graça, já na FIVB, foi investigada. Durante o escândalo, os jogadores da Superliga entraram em quadra com nariz de palhaço e chegaram a ameaçar paralisar o campeonato. O técnico Bernadinho foi um dos responsáveis pelo dossiê que denunciou a corrupção na CBV.

 

7 – Racismo na NBA

Donald Sterling vendeu o Los Angeles Clippers

Donald Sterling, proprietário do Los Angeles Clippers, foi suspenso por racismo pelo resto de sua vida e pagou uma multa de US$ 2,5 milhões à Liga Americana de Basquete depois que o TMZ vazou uma conversa telefônica em que o ex-dirigente recriminava a namorada V. Stiviano por publicar uma foto ao lado de Magic Johnson em seu perfil no Instagram. A declaração recebeu críticas até do presidente Barack Obama, além vários jogadores como LeBron James. Johnson disse: “Nunca mais irei a um jogo dos Clippers enquanto ele foi o proprietário do time”. Os atletas da equipe ameaçaram greve, mas optaram por utilizar meias pretas e camisas de aquecimento do avesso, em repúdio às palavras de seu então presidente. A franquia foi vendida pouco tempo depois.

 

 

8 – Doping na Rede

R$ 7 mi de investimento e 5 casos de doping na Rede

Às vésperas do Mundial de Berlim, em 2009, o atletismo brasileiro foi atingido pelo maior escândalo de doping de sua história. A Rede Atletismo, sediada em Bragança Paulista, teve cinco velocistas com exames positivos para EPO:Josiane Tito (revezamento 4x400m), Lucimara Silvestre (heptatlo), Bruno Lins (200m e revezamento 4x100m), Luciana França (400m com barreiras) e Jorge Célio Sena (200m e revezamento 4x100m). O técnico Jayme Netto Júnior assumiu ter induzido os atletas a ingerirem a substância acreditando ser doses de aminoácidos. A equipe milionária, que tinha Maurren Maggi como principal estrela, foi desmantelada. A campeã olímpica deixou a equipe pouco tempo depois. O investimento era de R$ 7 mi para se tornar um espaço modelo da IAAF no Brasil

 

 

 9 – Calciopoli

Luciano Moggi, ex-diretor geral da Juventus

Em 2006, Juventus, Milan, Fiorentina e Lazio estavam entre os times acusados de manipular resultados na Série A do Campeonato Italiano. O escândalo que ficou conhecido como Calciopoli tinha como pivô o ex-diretor geral da Juve, Luciano Moggi. As equipes foram punidas com perdas drásticas de pontos, resultando no rebaixamento da Vecchia Signora à segunda divisão. Além da degola, o clube de Turim ainda perdeu os títulos nacionais das duas temporadas anteriores e foi excluída da Liga dos Campeões da Europa, torneio do qual é finalista quase uma década depois, ao lado do Barcelona.

 

 

10 – Rebaixamento da Lusa

Heverton jogou de forma irregular pela Lusa em 2014

A entrada do meia Héverton no último jogo do Brasileirão de 2013 custou caro à Portuguesa. Punida com perda de pontos pelo STJD por usar um atleta suspenso, a Lusa acabou rebaixada no lugar do Fluminense, que cairia pelos resultados do campo. O que a princípio se trataria de um simples erro virou motivo de investigação do Ministério Público, que passou a averiguar se alguém se beneficiou financeiramente. O Flamengo foi punido no mesmo campeonato pela escalação irregular de André Santos, e poderia ter sido o clube rebaixado caso a Portuguesa não fosse penalizada. Depois do caso, a Lusa enfrentou novo rebaixamento para a Série C.

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