Ao trocar o Pacaembu pelo Canindé, estádio pertencente à Portuguesa, o Palmeiras foge da manutenção mais cara do país. O estádio da prefeitura municipal de São Paulo, principal território do Corinthians, clube que mais arrecadou e lucrou com bilheterias no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, é o que mais gera gastos.
Durante a primeira etapa do torneio, a arena paulistana demandou de Corinthians, Palmeiras e Santos, as três equipes que a usaram, em média, R$ 307 mil por jogo. A despesa, composta por custos para manutenção do local e taxas, é bastante superior à do Engenhão, segundo mais dispensioso, de R$ 199 mil por partida.
O Palmeiras, sob a justificativa de que queria se afastar dos gastos gerados pelo Pacaembu, encontrou no Canindé despesas em torno de R$ 139 mil por confronto, em média. Em todo o primeiro turno do Nacional, optou pela arena “corintiana” apenas contra Flamengo e Santos, nos quais compensou os custos com altas receitas.
O Santos até tentou jogar no Pacaembu e deixar a Vila Belmiro, cuja despesa média na primeira fase foi de R$ 104 mil por jogo. Enfrentou o América-MG, sob os olhares de 5,9 mil pagantes, e voltou para a praia com prejuízo de R$ 40 mil. Um mês depois, contra o Ceará, lucrou R$ 78 mil, mas ainda muito abaixo dos rivais.
A favor da arena da prefeitura paulistana, pesa o fato de que, como ela recebe os maiores índices de público do Brasileiro, a manutenção necessária naturalmente sobe, bem como despesas relativas à segurança dos torcedores e taxas pagas à federação.
Outro extremo
Enquanto o Pacaembu é o estádio que mais demanda gastos por parte dos clubes mandantes, no outro extremo estão as arenas catarinenses. Avaí e Figueirense, com Ressacada e Orlando Scarpelli, respectivamente, têm os números mais baixos nesse quesito.
A casa avaiana exige investimentos de aproximadamente R$ 28 mil por partida, e o estádio alvinegro, R$ 37 mil por confronto. Os valores inferiores aos pagos por todos os outros adversários de liga, ainda, pouco estão relacionados à quantidade de público.
A Ressacada possui média de 5,8 mil pagantes por embate no Nacional, muito próxima da Arena do Jacaré, cujo público de 6,9 mil torcedores por jogo gera gastos de R$ 45 mil, e da Vila Belmiro, que demanda R$ 104 mil com média de 6,8 mil pessoas.
O Orlando Scarpelli tem média superior, de 11 mil fãs. O número é próximo ao registrado pelo estádio Presidente Vargas, que causa custos de R$ 67 mil por partida para abrigar 11,4 mil torcedores. Arenas, em Santa Catarina, são menos dispensiosas.
O levantamento feito pela Máquina do Esporte considerou 176 partidas das 190 que deveriam ter sido disputadas na primeira etapa do Nacional. Entre as restantes, uma foi adiada para outubro, e 13 não tiveram seus respectivos boletins financeiros publicados no site oficial da CBF, diferentemente do que manda a legislação.
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