Desde que recebeu a confirmação de que seria a sede da Copa do Mundo de 2010, a África do Sul passou a correr contra o tempo para se adequar da melhor maneira possível ao evento, transformando profundamente boa parte de sua infraestrutura. Aeroportos, estradas e sistema de comunicação foram transformados, mas um membro do Comitê Organizador do país garante: maior legado do Mundial foi a nova imagem construída do país.
No XI Congresso de Auditoria Interna, Compliance e Gestão de Riscos, organizado pela FEBRABAN, o executivo da Deloitte África do Sul e membro do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2010, Shadrach Appanna, discursou por cerca de 40 minutos sobre a sua experiência na preparação para o Mundial. O sul-africano usou o momento para um alerta aos brasileiros: “Os níveis de competência para receber a Copa vão muito além do que vocês possam imaginar”.
Se por um lado Appanna ressalta as dificuldades enfrentadas, o executivo foi enfático ao afirmar qual foi o grande legado do Mundial no país. Ele deixa claro que o objetivo mais importante do trabalho era mudar a imagem que o mundo tinha da África do Sul, e mostrou-se satisfeito com os resultados. “Hoje nós provamos que podemos receber um grande evento”, celebra Appanna.
Os avanços na infraestrutura, porém, não foram esquecidos. O executivo citou em especial a deficiência no transporte vivido pelo país antes da Copa. Segundo o sul-africano, os taxis deixaram de ser informais e trens de alta velocidade foram construídos, além da melhoria nas rodoviárias. “Gastamos US$ 3 ou US$ 4 bilhões em estradas. Mas essas continuaram lá após o Mundial, e esse é um grande legado”, afirmou. A melhoria no transporte público e a construção de aeroportos são outros fatores que fazem desse segmento um dos maiores destaque dos avanços apresentados pelo país africano.
Appanna também fez questão de ressaltar que a Copa de 2010 foi a mais lucrativa da história, e animou os brasileiros ao dizer que, em 2014, os resultados não devem ser diferentes. No entanto, quando comparou os números com o crescimento do PIB, minimizou essa import”ncia para novamente enfatizar o objetivo cumprido. “O aumento do PIB é uma questão menor. O respeito à África do Sul não pode ser medido”, concluiu.