Análise: Para a Fifa, não basta mais ser só honesta, é preciso parecer…

O anúncio do primeiro patrocinador da Fifa após todo o escândalo de corrupção que ronda a entidade e que é deflagrado também por ela própria demonstra um desafio que haverá daqui em diante no futebol.

Ao fechar com o Wanda Group, uma empresa do emergente – e gastador – mercado chinês, a Fifa já levantou diversas suspeitas sobre a lisura do negócio. A gigante chinesa comprou, no passado, uma empresa que era do sobrinho de Joseph Blatter, o presidente que saiu pela porta dos fundos da Fifa após 20 anos.

Bastou isso para que as ilações a respeito da lisura do negócio já começassem a ser feitas. Na prática, se antes a Fifa passava livre por um negócio escuso como foi a troca da MasterCard pela Visa, agora todo e qualquer novo patrocínio estará cercado de desconfiança de sua lisura.

É o problema da mulher de César levado ao patamar dos negócios que foram corrompidos no universo do esporte. Enquanto não conseguir fechar com empresas que sejam só- lidas no mercado e líderes, a Fifa estará sempre cercada pela suspeita.

Não interessa o fato de que a entidade tem o maior produto mundial do futebol a cada quatro anos e que isso é forte o suficiente para atrair qualquer marca que queira ter uma atuação global. Sempre parecerá suspeito que um acordo com a Fifa seja feito por uma empresa, ainda mais se ela tiver origem chinesa.

É bem provável que essa sensação mude com o passar dos anos e a mostra de que o passado sombrio ficou para trás. Mas, até que isso de fato aconteça, é fundamental a Fifa parecer o mais honesta possível…

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