Para gerenciar crise, atletismo abre respostas à imprensa para todo público

Sebastian Coe, presidente da Iaaf desde agosto

“Em um esforço para ser o mais transparente possível e para garantir que o público tenha o mesmo acesso às informações que nós fornecemos aos meios de comunicação, a Iaaf irá agora começar regularmente a compartilhar as perguntas mais frequentes e as nossas respostas.”

Dessa forma a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) iniciou a cruzada para resgate de sua credibilidade, depois de ter seu antigo presidente suspenso por aceitar propina para acobertar doping e ver a Wada (Agência Mundial Antidoping) revelar esquema de acobertamento com atletas da Rússia.

O aviso causa estranhamento aos jornalistas, que costumam se comunicar com a Iaaf por e-mail. Embaixo ele é acompanhado por questionários enviados por Sunday Times, Daily Mail e agência Reuters, alguns dos principais órgãos de imprensa que cobrem os escândalos que têm assolado a modalidade.

Quase sempre, quando acuadas, as entidades tornam públicos seus demonstrativos financeiros e contratos de prestação de serviços. A Iaaf é a primeira a destrinchar o relacionamento feito com os veículos de mídia.

Nos últimos anos, o e-mail tem sido o único meio de contato permitido pela maioria das entidades esportivas internacionais para a imprensa. Com o aumento da demanda por todo o mundo, o trabalho de padronização da informação que será divulgada oficialmente se tornou mais difícil. Muitas hoje só se pronunciam, para casos mais espinhosos, através de comunicados oficiais. É o caso de COI e Wada, cada vez mais avessos às respostas individualizadas.

Ao abrir publicamente os questionários enviados pela imprensa, a Iaaf dá um passo em direção à transparência, marca que Sebastian Coe, presidente desde agosto, pretende imprimir à sua gestão. O problema é que esse tipo de iniciativa entrega de bandeja aos concorrentes que matérias que cada órgão de comunicação está produzindo.

Assim, é possível saber que o Sunday Times tocava matéria sobre a propina de € 1 milhão que teria recebido Lamine Diack para acobertar doping. Já o Daily Mail questionava sobre os patrocinadores da entidade.

Há pouco tempo no cargo, Coe já avisou que quer mudar as estruturas da sede da Iaaf, em Mônaco. Outra ideia diferente foi pegar a ideia da liga indiana de críquete, uma disputa entre cidades, e tentar aplicá-la ao atletismo. O britânico deu a ideia de criar uma liga mundial entre cidades, que contratariam competidores para representa-las durante a temporada. 

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