Para Oxford, Rio reverte tendência instaurada em Londres e Sochi

Vista aérea do Complexo Esportivo de Deodoro

Um estudo da Universidade de Oxford destrinchou os custos dos Jogos Olímpicos desde 1960 até o Rio de Janeiro.A instituição teve como objetivo mostrar os gastos reais que envolvem o evento, os excedentes que ocorrem nos orçamentos e comparar a edição de 2016 com as anteriores. E a conclusão é que o Brasil conseguiu frear as últimas altas na organização.

O levantamento da universidade considera os custos relacionados apenas a esporte, sem considerar infraestrutura, e ajusta o dólar ao valor de 2015. Levantou que o Rio 2016 custará US$ 4,6 bilhões, abaixo da média da última década, de US$ 8,9 bilhões. Considerando os dois últimos Jogos, a diferença é ainda maior: Londres custos US$ 15 bilhões e Sochi quase US$ 22 bilhões.

O Rio 2016 ainda fica abaixo da média histórica, da US$ 5,2 bilhões e também fica consideravelmente abaixo na média de porcentagem de estouro no orçamento. O evento no Brasil ficou 51% mais caro do que o previsto.

O excedente é um dos principais pontos do estudo. Segundo a Oxford, países sofrem porque o orçamento original passa, em média, 176% do que era previsto e o retorno obtido pela realização dos Jogos é superestimado.

Em economias mais frágeis, como a brasileira, isso pode representar um enorme rombo. O estudo lembra das dificuldades vividas pela Grécia, após 2004, e pelo Estado do Rio de Janeiro, que declarou falência a meses dos Jogos. Montreal, do rico Canadá, bateu o recorde de excedente no orçamento: 720% do que era previsto. Como consequência, a olimpíada de 1976 demorou 30 anos para ser paga.

O estudo também compara os Jogos com outros megaempreendimentos, e mostra a falta de planejamento que envolve a montagem esportiva. Considerando grandes projetos ao redor do mundo, rodovia estouram o orçamento em 20%, pontes e túneis 34%, ferrovias 45%. Todos longe dos 176% de uma olimpíada.

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