Após o estouro de corrupção que culminou na “demissão” de Joseph Blatter, a Fifa anunciou uma série de medidas para brecar a crise ética na qual está afundada desde o mês de maio. Entre elas, a abertura do comitê executivo aos patrocinadores e outros agentes da indústria do futebol.
O comitê será dividido em dois organismos: um administrativo, onde serão tomadas decisões executivas, e outro diretor, no qual serão tratadas questões estratégicas e de supervisão. O último grupo abrange as confederações nacionais.
“As confederações estarão representadas na entidade diretora com algumas modificações. As decisões implicarão outras partes interessadas alheias à Fifa”, disse Domenico Scala, presidente da comissão de auditoria da entidade, sobre a entrada dos parceiros comerciais.
O pacote de medidas inclui normas estritas de governabilidade nas confederações, com a obrigatoriedade de um regulamento ético e mecanismos que assegurem que ele seja cumprido à risca.
“Todas as pessoas ligadas às entidades da Fifa deverão superar rigorosos exames de integridade. A proposta é separar de forma clara as competições na esfera esportiva e assuntos comerciais, estabelecendo uma junta comercial e outra de desenvolvimento”, completou Scala.
Além disso, o número de dirigentes que formam as comissões permanentes será reduzido, a fim de cessar a sensação de descontrole financeiro na Fifa. Em grupos de trabalho com risco de conflito de interesse, a gestão ficará a cargo de uma pessoa alheia à entidade, eleita diretamente por meio de congresso.
Em agosto, a Fifa se reuniu com seus principais patrocinadores para discutir o processo de reformulação pelo qual está passando. O encontro foi a primeira ação de François Carrard, ex-diretor do Comitê Olímpico Internacional (COI), à frente do Comitê de Reforma da Fifa.
No mês anterior, Coca-Cola, Visa e McDonald’s se manifestaram publicamente sobre a gestão da crise dentro da instituição responsável pelo futebol mundial, pedindo transparência e mudanças internas.
Durante a crise, as três marcas se tornaram uma espécie de líderes entre os sócios comerciais da Fifa, sendo as mais contundentes nas críticas após o estouro do escândalo de corrupção que levou dirigentes à prisão e culminou na convocação de novas eleições para a presidência da entidade no ano que vem. Joseph Blatter, apesar de reeleito há três meses, não seguirá no cargo após o pleito marcado para fevereiro de 2016.
Adidas, Gazprom e Hyundai completam o grupo principal de patrocinadores da Fifa. Em julho, o acionista majoritário da montadora, Chung Mong Joon, anunciou a intenção de substituir Blatter no comando do futebol mundial. Ali Bin Al Hussein, único opositor de Blatter nas eleições de maio, e Michel Platini são candidatos. O prazo para inscrição é 26 de outubro.
O ex-jogador Zico afirmou que pretende concorrer ao cargo, mas ainda não oficializou o processo, assim como o príncipe Ali Bin Al Hussein, único opositor de Blatter nas eleições de maio.