Penalty vaza uniforme e irrita clubes

Nova camisa do Vitória, à venda em Salvador

Nova camisa do Vitória, à venda em Salvador

Náutico, Santa Cruz e Vitória planejaram lançar seus novos uniformes nos próximos dias. Queriam um evento lucrativo, contando com a expectativa gerada pelas novidades e com boas vendas em lojas oficiais. Semanas antes, foram surpreendidos quando viram que os novos modelos já estavam à venda em lojas locais, o que colocou toda a estratégia adotada em uma situação delicada.

À Máquina do Esporte, Santa Cruz e Náutico confirmaram que a situação prejudica os planos de marketing dos clubes, mas permaneceram sem fazer uma manifestação oficial. O Vitória, por outro lado, adotou uma posição mais incisiva. Em seu site oficial, lançou uma “nota de repúdio” com o intuito de “manifestar sua absoluta indignação com o vazamento de seus novos uniformes”.

A carta aberta em seu endereço eletrônico ainda dizia que a empresa fornecedora de uniformes do clube enviou um email com pedido formal de desculpa, esclarecendo que o ocorrido se tratou de uma falha operacional na distribuição.

Para o Vitória, a insatisfação se deve principalmente ao fato de que o incidente atrapalha diretamente em uma política adotada pelo marketing da nova diretoria do clube. A ideia era dar cada vez mais uma maior aproximação com o torcedor, e o lançamento do uniforme, com uma festa para a torcida, fazia parte dessa estratégia. Quando o uniforme foi exposto, o clube chegou a receber reclamações diretas de torcedores por meio de suas redes sociais.  

Além disso, diretores do clube lamentaram o fato de que, com o evento desvalorizado, a exposição da marca do clube e da marca dos patrocinadores deverá ser consideravelmente menor, já que o fato terá um impacto menor.

Outro fator que incomodou os clubes prejudicados foi a venda em lojas oficiais. O Náutico, por exemplo, tinha plano de vender as camisas apenas em seus domínios nas duas primeiras semanas. Já o Santa Cruz tinha expectativa de comercializar cerca de 2 mil camisas em sua loja com um evento de lançamento. A preocupação é que, em seus estabelecimentos, os clubes não ganham apenas os royalties que têm direito, mas também a porcentagem de lucro do local que faz a venda.

Procurada pela Máquina do Esporte, a Penalty produziu um comunicado sobre o acontecimento, com referências ao Vitória, único clube que se manifestou oficialmente:

“A Penalty informa que ocorreu uma falha no processo de logística, realizado por terceiros, referente à entrega dos novos uniformes do Esporte Clube Vitória. Apesar de todos os esforços feitos, infelizmente não foi possível evitar que alguns materiais chegassem antecipadamente aos pontos de venda, inviabilizando a estratégia especial para lançamento das peças, momento também muito aguardado pela Penalty. Entretanto, a marca reforça que sua parceria com o Esporte Clube Vitória, iniciada em 2010, sempre foi, é e continuará sendo pautada pelo profissionalismo, ética e seriedade e acredita que o ocorrido não desabone todo trabalho já realizado”.

Apesar do comunicado, reproduzido na íntegra, a ordem na Penalty é de silêncio, sem deixar que seus diretores se comuniquem com a imprensa neste primeiro momento.

Uma fonte, que preferiu não se identificar, relatou que o problema vivido pela Penalty se deveu às negociações realizadas com as lojas menores do varejo. Em ocasiões próximas ao lançamento de um uniforme novo, a fornecedora de material distribui os novos modelos em grandes lojas, como a Centauro e a Bayard, e deixa em acordo que as vendas podem ser iniciadas apenas após o lançamento.

A medida é adotada para que as empresas não demorem a iniciar a comercialização. Neste ano, no entanto, a Penalty teria aumentado a gama de lojas. Dessa maneira, com lojas menores, a rigidez do controle de venda – e da índole do vendedor – foi impossibilitada, o que resultou na venda antecipada.

Agora, a preocupação da Penalty será de apaziguar os “nimos dos clubes envolvidos. A relação com o Santa Cruz é mais extensa, mas com as outras duas equipes essa será uma primeira impressão forte. O Náutico havia fechado com a empresa no fim de 2010, com estreia marcada para este ano. Já no caso do Vitória, tratava-se da primeira grande ação da nova diretoria com a marca esportiva.

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