A Petrobras prepara uma retomada no investimento destinado a projetos aprovados via Lei de Incentivo ao Esporte. A companhia montou uma reunião nesta semana, no Rio de Janeiro, e recebeu representantes de uma série de confederações esportivas para discutir modelos a serem aplicados. Neste ano, a companhia usou a Lei de Incentivo ao Esporte para a Copa Petrobras de handebol, torneio escolar que está em andamento ? foram captados R$ 4,5 milhões. No entanto, a Petrobras brecou o aporte em projetos desse tipo por não concordar com o formato de entrega da receita. ?Até por uma questão de responsabilidade, não tem sentido darmos todo o dinheiro de uma vez e não acompanharmos a evolução do processo. O ideal é que isso aconteça paulatinamente, com a receita sendo liberada de acordo com o andamento?, disse Cláudio Thompson, gerente de patrocínios esportivos da Petrobras, durante a segunda edição do fórum “Brasil: país do esporte”, na semana passada. Na época, o executivo avisou que a companhia não investiria mais em projetos incentivados enquanto a lei não fosse alterada. Outro entrave para o plano de uso de benesses fiscais da Petrobras era o histórico do programa ?Esporte & Cidadania?, que deveria nortear o investimento em iniciativas esportivas em 2009. A empresa teve 153 projetos inscritos no ano passado, mas só 45 deles estavam realmente aptos a receber apoio (a maioria na região Sudeste, apenas quatro na área educacional). A situação levou a companhia a cancelar o aporte. ?Não é que sejamos contra a Lei de Incentivo ao Esporte ou qualquer outra legislação, mas não vamos usar o benefício fiscal só porque ele existe. Temos de pensar seriamente no destino dos recursos?, completou Thompson. Na semana passada, uma portaria do Ministério do Esporte começou a mudar o panorama. O texto publicado pela pasta altera alguns pontos na Lei de Incentivo ao Esporte, e o mais significativo para o caso da Petrobras é uma adequação aos procedimentos da companhia sobre a entrega dos recursos. A mudança fez com que a Petrobras retomasse planos de investir via Lei de Incentivo. A seleção de projetos será feita de maneira pública, assim como era feito até o ano passado. Pensando nisso, partiu das próprias confederações a ideia de promover um encontro com a Petrobras. A companhia recebeu representantes de dez modalidades (tênis de mesa, ginástica, canoagem, pentatlo moderno, boxe, hóquei sobre a grama, badminton, tiro esportivo, taekwondo e lutas associadas), e a sugestão inicial foi criar um plano que integre todas as modalidades. Para que isso seja viável, porém, os esportes devem fazer um plano conjunto e transformar o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em interlocutor no processo. Atualmente, a Petrobras tem projetos de patrocínios esportivos com automobilismo, surfe, tênis, handebol e futebol.
Petrobras retoma uso de Lei de Incentivo
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