A Revista Época revelou nesta quarta-feira, 1 de junho, que Ricardo Teixeira foi indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, falsidade ideológica e falsificação de documento público. Segundo a publicação, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é suspeito de participar de um esquema internacional de pagamento de propinas que movimentou 464,5 milhões enquanto esteve à frente da organização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
“Juntada das informações do Coaf, onde constam informações sobre altas movimentações financeiras realizadas por Ricardo Teixeira, no montante de R$ 464.560.000,00,entre os anos de 2009 e 2012, sendo que tais foram considerados atípicos pelo Coaf”, diz o relatório divulgado na Época.
O documento foi produzido em janeiro deste ano, cinco meses antes da deflagração do escândalo de corrupção no futebol mundial que culminou na prisão de sete dirigentes em Zurique, na Suíça, durante o Congresso da Fifa na semana passada.
O relatório diz ainda que Teixeira mantinha contas no exterior e usou parte do valor para comprar um imóvel no Rio de Janeiro no valor de R$ 720 mil. A Polícia Federal diz que o dirigente não tinha como comprovar a renda para adquirir o apartamento e por isso repatriou o montante de forma ilegal.
Ricardo Teixeira permaneceu à frente da CBF entre 1989 e 2012, quando deixou a entidade às pressas em função de várias acusações de fraude e desvio de dinheiro público para a realização do amistoso entre Brasil e Portugal, em Brasília.
Dois dias após o estouro do caso na Suíça, o dirigente colocou à venda um imóvel de R$ 22 milhões em Miami por temer a perda da casa em meio às investigações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.