Piadas quebram lógica do esporte, mas rendem a atletas

Para conseguir novos contratos publicitários, Barrichello assume publicamente a injusta fama de não ser um grande piloto. Dificilmente, a decisão não será definitiva. Cada vez mais, será difícil associá-lo à alta performance, a valores que normalmente as empresas recorrem quando querem fazer investimentos em esporte ou atletas. Mas isso não é necessariamente ruim.

Barrichello, campeão da Stock Car, quase voltou à Fórmula 1 neste ano. Mas está longe de viver o ápice no esporte. Ao contrário, está perto da aposentadoria. Nessa condição, será que vale a imagem de alta competitividade?

Na verdade, fazer piadas com a carreira pode lhe render um reposicionamento de imagem, já desgastada após tantos anos de automobilismo. Brincar com os problemas que o afligiram nesses anos pode até desmitifica-lo, mas o torna mais simpático, mais humano.

Ronaldo tem feito aposta parecida. Após se aposentar dos gramados, o ex-jogador esteve envolvido em uma série de polêmicas ao assumir cargo na organização da Copa do Mundo. Se a imagem não esteve legal, brincar com o próprio peso, um fantasma nos últimos anos de futebol, foi amigável. Fiat e Claro apostaram na estratégia, bem distante dos populares vídeos da Nike dos anos 1990.

A aposta, claro, não é regra. Talvez o problema seja algum prejuízo de imagem no meio do caminho. John McEnroe já fez diversos comerciais que brincaram com seu jeito explosivo em quadra. Michael Jordan, por outro lado, nunca deixou de se vender como lenda do esporte. Em comum, muito dinheiro mesmo após a aposentadoria.   

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