A Apollo Sports Capital, patrocinadora do Corinthians, tenta com pressa mudar a marca exibida no uniforme do time. A medida é uma tentativa de tirar a empresa de uma crise gerada por duas reportagens ligando o fundo de investimento a uma empresa que fechou com o Corinthians no ano passado e a um empresário português que teve o nome citado na Lava Jato.
Para o “Globoesporte.com”, Michael Gruen, presidente da Apollo, afirmou que uma startup de tecnologia deverá assumir o lugar do Café Bom Dia, que tem sido exposto nas costas da camisa alvinegra. A Apollo já negocia com essa startup há alguns meses.
Em setembro, em encontro com a reportagem da Máquina do Esporte, Gruen já havia dito que em breve essa empresa entraria no uniforme, mas havia pedido sigilo a respeito da informação pelo fato de o negócio não estar fechado.
A mudança de posicionamento em relação a esse possível novo patrocinador acontece após “Uol” e “Globoesporte.com” mostrarem a participação do empresário português Antonio Manuel Carvalho Baptista Vieira na Apollo, no Café Bom Dia e na Vector, empresa de serviço de pagamento que mantém acordo com o clube paulista desde o final do ano passado. O executivo chegou a ser citado na Operação Lava-Jato, mas as denúncias foram recusadas pelo juiz Sérgio Moro por falta de provas.
A Apollo não respondeu aos questionamentos da reportagem da Máquina do Esporte sobre a participação do empresário nos investimentos e sobre a compra da Vector pela companhia, realizada pouco depois de o negócio com o Corinthians ser fechado.
A Vector é a empresa de pagamentos que acertou com o time para gerir as compras realizadas pelos torcedores no sócio-torcedor do Corinthians. A ideia era substituir o PagSeguro, atual parceiro, mas a negociação envolvia um acordo entre Vector a Omni, que gerencia o programa. O contrato está mantido, mas nunca saiu do papel pela falta de entendimento entre as partes.
Caso fechasse o naming right da Arena Corinthians, a Apollo assumiria todo o controle do Fiel Torcedor, substituindo a Omni.
Quanto à troca de parceiros na camisa, o Corinthians tem participação limitada. O marketing do clube pode vetar empresas, especialmente se ferem a relação com algum parceiro vigente. Segundo o Corinthians, isso já aconteceu com a primeira companhia sugerida: uma instituição financeira que poderia incomodar a Caixa Econômica Federal, patrocinadora máster do time.