Por mercado, Nike lança projeto de maratona sub-2h

Desisa, Tadese e Kipchoge: meta é quebrar parâmetro

Com hegemonia da Adidas na prova com maior visibilidade do atletismo, a Nike resolveu implementar um projeto para recuperar o recorde mundial da maratona. De quebra, ainda mira um objetivo histórico: colocar um atleta patrocinado pela marca para cumprir os 42,195 km em menos de duas horas.

É o Breaking2, tentativa de atingir um tempo invejável na próxima temporada. Para que isso seja viabilizado, é necessário abaixar em 3% o atual recorde mundial da distância (2h02min57s), há dois anos em poder do queniano Dennis Kimetto, corredor da Adidas.

“A Nike vem trabalhando com uma equipe de líderes em diferentes áreas da ciência e do esporte, com uma abordagem ampla em relação aos atletas, produtos, ao treino, à nutrição e ao meio ambiente”, afirmou a empresa, em comunicado oficial.

No ano que vem, a rival Adidas completará dez anos de supremacia na maratona. Nesse período, a marca viu quatro de seus atletas quebrarem o recorde mundial em cinco oportunidades. O etíope Haile Gebrselassie (duas vezes) e os quenianos Patrick Makau, Wilson Kipsang e Dennis Kimetto (uma vez cada) foram os autores da proeza.

Corredores se aglomeram na Maratona de Berlim-2016

A última vez que a melhor marca do mundo foi de um atleta Nike aconteceu com Paul Tergat. Na Maratona de Berlim de 2003, o queniano se tornou o primeiro fundista a completar a distância em menos de 125 minutos (2h04min55s). A marca durou quatro anos.

Por trás da iniciativa, está um mercado em franca expansão. Em 2015, só nos Estados Unidos, o mercado de tênis de corrida movimentou US$ 3,2 bilhões, de acordo com números da National Sporting Goods Association. Desse montante, a Nike detém uma fatia de apenas 9%, ocupando a quarta posição em vendas. Tão desafiador como atingir o sub-2h na maratona é aumentar a participação com concorrência de peso.

Para cumprir a difícil empreitada, a Nike escalou alguns de seus principais atletas: o queniano Eliud Kipchoge, o etíope Lelisa Desisa e o eritreu Zersenay Tadese.

Kipchoge, 32, conquistou o ouro olímpico da maratona no Rio 2016. É bicampeão da Maratona de Londres (2015 e 2016) e triunfou na Maratona de Berlim, a mais rápida do mundo, no ano passado. Tadese, 34, ganhou cinco vezes o Mundial de Meia-Maratona (2006 a 2009 e 2012). Bateu o recorde mundial da prova em Lisboa, há seis anos. Desisa, 26, venceu a Maratona de Boston, a mais tradicional do mundo, em 2013 e 2015.

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