A Damha, uma empresa de urbanização que trabalha com o mercado imobiliário, fez em fevereiro deste ano um patrocínio ao ASA, em Alagoas. A companhia pagou R$ 50 mil para ter a marca exposta nas mangas e no peito, em meio à marca da fornecedora de material esportivo SuperBolla e do escudo do clube, por três meses. Vai aparecer na televisão durante a Copa Sadia do Brasil, no confronto com o Avaí pela segunda fase, mas esta nem é a função principal do patrocínio. O alvo do investimento são os habitantes de Arapiraca, cidade natal do clube.
A empresa gastou R$ 80 milhões na cidade para construir um empreendimento imobiliário em uma área de 3,7 milhões de metros quadrados em parceria com o Grupo Coringa – responsável, aliás, por costurar a relação entre a Damha e o ASA. Como a companhia é paulista, o patrocínio foi feito para que os alagoanos tenham mais simpatia por ela. “Não somos paulistas que chegaram para vender, simplesmente, mas viemos para nos tornarmos próximos das pessoas”, explica Luiz Lissner, diretor comercial, à Máquina do Esporte. Em Arapiraca, ele terá a concorrência de uma empreendedora imobiliária local que, por ser da casa, tem uma relação mais antiga com o público.
A companhia planeja fazer ações promocionais com a população de Arapiraca junto com o ASA, até porque o lançamento dos imóveis vai acontecer ou antes da Copa do Mundo, ou depois dela, então a Damha precisa estreitar a relação com os alagoanos quanto antes. “Não queremos só ter o logo na camisa”. Mas ainda não há nada programado.
Uma extensão do patrocínio até o fim do ano é possível, de acordo com o diretor comercial, mas o valor terá de ser maior, porque seria um contrato mais longo. A Caixa, patrocinadora máster, desembolsa R$ 1 milhão. São R$ 250 mil a cada trimestre, mesmo período da Damha, para facilitar a comparação com os R$ 50 mil que ela paga.
Conta a favor do esporte dentro da empresa que três filhos que fazem parte da família Damha, dona da companhia, são esportistas. Um nadador, um maratonista e um que se arrisca em várias modalidades. São eles que fazem investimentos pontuais – sem muita expectativa de retorno em termos de marketing, para falar a verdade. Em São Carlos, cidade paulista, há patrocínios a equipes de triatlo, maratonistas e triatletas como Reinaldo Collucci, atleta que representa o Brasil na modalidade em competições como Jogos Panamericanos e Jogos Olímpicos. O Ferroviária, time de futebol de Araraquara, também recebeu patrocínios da empresa, entre vários outros investimentos menores.
O que Lissner faz hoje, no papel de diretor comercial, é coordenar esses aportes para que eles deem mais retorno à Damha. Quando a companhia decidir fazer um empreendimento em uma cidade, por exemplo, existe a possibilidade de procurar clubes ou atletas locais para abrir as portas do mercado para ela. Por enquanto, mais patrocínios no futebol estão fora de questão, mas o executivo disse estar atento a “oportunidades” iguais à do ASA.