Por que a Uefa criou a Liga das Nações

A Uefa, entidade que comanda o futebol na Europa, bateu o martelo: a partir de 2018, começa a ser disputada a Liga das Nações – ou, em inglês, Nations League. Em anos pares, o calendário já tem ora a Eurocopa, ora a Copa do Mundo. Agora, em ímpares, o “torneio de amistosos” vai ser disputado a cada dois anos. Esta é uma tentativa que vem sendo estudada desde 2011 para deixar amistosos menos chatos e, consequentemente, mais lucrativos.

O problema é que, atualmente, amistosos são disputados aleatoriamente, não têm nenhum valor desportivo e, portanto, não têm quase nenhum apelo entre torcedores. Sendo a Liga das Nações uma competição oficial, o número de amistosos que cada seleção vai disputar no ano tende a diminuir, mas ela passa a ser mais relevante. As 54 seleções europeias vão ser divididas em quatro grupos, de acordo com as pontuações delas no ranking, e depois haverá um “quadrangular final”. Esses quatro países que se classificarem também ganham as vagas na Eurocopa que hoje são disputadas nos play-offs.

Quanto a direitos de transmissão, fica mais fácil para a Uefa conseguir valores maiores do que para confederações, principalmente nos casos de seleções menos populares. Antes, os dirigentes de Gibraltar marcavam um jogo contra San Marino e, por razões óbvias, não tinham muitos argumentos para conseguir um bom dinheiro com emissoras de TV. O mesmo vale para patrocínios e ingressos. Além de uma chance maior de classificação para a Eurocopa, essas seleções menores potencialmente passam a receber mais dinheiro de um modo mais estável e previsível.

Para clubes e atletas, não muda muita coisa. As classificatórias para a Eurocopa permanecem nas mesmas datas, e a Liga das Nações vai ser jogada entre setembro e dezembro do ano em questão. Amistosos “desprovidos de sentido”, como apelidou a Uefa, ainda terão datas disponíveis, mas elas serão reduzidas para dar espaço ao torneio.

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