Por tradição, Peñarol adota camisa limpa na Libertadores

Diferentemente da Libertadores, Peñarol usa marca Antel no Uruguai

Diferentemente da Libertadores, Peñarol usa marca Antel no Uruguai

Finalista da Copa Santander Libertadores de 2011, o Peñarol entrará em campo na noite desta quarta-feira (22), para enfrentar o Santos no Pacaembu, sem nenhuma marca estampada na camisa. Não há, como se poderia supor, ausência de patrocinadores, e sim estratégia do clube uruguaio para se valorizar em torneios internacionais.

“Nós temos patrocinadores para campeonatos locais, mas, em jogos internacionais, temos acordo para jogar com a camisa limpa”, afirmou Juan Pedro Damiani, presidente do Peñarol, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta. Em campeonatos nacionais, disse ele, a empresa de telefonia local Antel insere a própria marca no uniforme.

“Sempre que ganhamos torneios internacionais, estávamos com a camisa sem patrocinador, então, pelo menos por enquanto, não pretendemos mudar isso”, acrescentou o mandatário uruguaio. Desse modo, em tom quase supersticioso, Damiani assegura que é mais válido destacar a tradição do clube do que encher os cofres.

Em solo brasileiro, porém, a realidade é totalmente diferente. O Santos, eleito por Pelé como favorito para o confronto final desta noite, entrará em campo com cinco marcas: BMG, no peito; Netshoes, na manga; CSU, no interior do número; Seara, no ombro; e Bivik Jeans, em acordo específico para a decisão, no calção.

Repetir a estratégia adotada pelo Peñarol, na verdade, é algo quase impensável no Brasil. “Aqui, a marca do patrocinador aparece em todas as competições que o time disputa, e, principalmente em jogos-chave, com transmissão na televisão, as marcas sempre querem aparecer”, avalia Rafael Plastina, sócio-diretor da Sport Track.

A postura da equipe uruguaia, embora elogiada pelo profissional por demonstrar firmeza e valorização da tradição do clube, obviamente amparada por cláusulas contratuais, dificilmente seria replicada por agremiações brasileiras. “Os clubes precisam de receita, pagar contas, e as empresas querem visibilidade”, resume.

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