Porto Maravilha mostra que deve ser maior legado olímpico do Rio

Região do Porto Maravilha, que foi revitalizada

O turista que passeia pelo Porto Maravilha, no Rio, pode aproveitar o “clima família” do local. Casas de ativações se espalham pelo local, um telão transmite os Jogos e a pira olímpica dá um tom especial à região, na frente da Candelária.

Fica muito difícil imaginar o que eram aquelas ruas há poucos anos. A região será um dos principais legados olímpicos do Rio 2016 e entrará na lista de grandes casos de revitalização urbana pelo mundo. No local, ficava o viaduto que ligava a Avenida Brasil à Zona Sul, a chamada perimetral.

A região do Porto era desvalorizada, com ares de abandono, e violenta. A movimentação de turistas, como tem acontecido nos Jogos, inexistia.

A revitalização do local e o surgimento do chamado “Porto Maravilha” foi uma das bandeiras políticas do prefeito carioca Eduardo Paes. Mas custou dinheiro. A perimetral se transformou no túnel Rio450, construído abaixo do nível do mar. A Praça Mauá e a Avenida Rio Branco foram reformadas. Dois museus foram construídos, da Arte do Rio e do Amanhã. E, para o transporte, os bondes do VLT foram colocados.

No total, foram investidos R$ 8 bilhões, o que, claro, não ficou livre de críticas em uma cidade com graves problemas sociais. Invariavelmente, grandes mudanças urbanas sofrem essa resistência. Barcelona, por exemplo, mudou sua paisagem para receber os Jogos em 1992. Mas a especulação imobiliária, que afastou os mais pobres de uma área central, é alvo de protesto até hoje na metrópole espanhola.

Por outro lado, a reforma de grandes recortes urbanos, como a perimetral, é celebrada pelo mundo. Foi o caso da High Line, em Nova York, transformada em parque suspenso e, principalmente, do Rio Cheonggyecheon, em Seul. As áreas de antigos viadutos passaram a ser valorizadas nas metrópoles.

O grande desafio do Rio agora é manter o Porto Maravilha. A manutenção de ruas está a cargo de uma empresa privada, a Concessionária Porto Novo. Isso não garante que o local seja usado pelas pessoas de fato, que seja “vivo” como é agora. Caso se consolide como receptor de eventos, será difícil outra obra dos Jogos ser tão memorável.

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