O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, refutou as acusações do ex-CEO do clube, Alexandre Bourgeois, que teria sido ameaçado durante reunião que selou sua demissão, na última quinta-feira.
“A reunião teve a presença de todos os vice-presidentes, do Marco Antonio Sabino [assessor de Aidar] e de um jornalista contratado por ele [Olivério Júnior]. Ele foi desmascarado com os vices”, afirmou o dirigente. “Disse na reunião: ‘Perdi a confiança em você. Vai embora’.”
Segundo Aidar, Bourgeois se envolveu em reuniões políticas e não vinha cuidando da gestão do clube. “O Alex entrou em um campo no qual ele não havia sido contratado”, criticou.
O ex-CEO afirmou que não pôde exercer seu trabalho à frente do clube porque não tinha acesso aos contratos firmados pelo São Paulo. “Ele mente quando diz que não tinha informação. Ele tinha condições de analisar tudo”, retrucou Aidar.
Para o lugar de Bourgeois, o presidente são-paulino agiu rápido e anunciou Paulo Ricardo de Oliveira como novo CEO do clube já no dia seguinte. Oliveira exercia o cargo de presidente da Penalty, antiga fornecedora de material esportivo do clube, que rompeu com a marca e acertou com a Under Armour no início do ano.
Apesar do anúncio rápido do substituto, Aidar afirma que não havia acertado com Oliveira antes da demissão do antigo CEO. “Na quinta-feira à noite conversei com o Paulo Ricardo. Sexta tivemos uma reunião. Sábado conversei com ele novamente. Segunda contratamos”, contou o presidente do clube.
A demissão de Bourgeois, que fora indicado por Abílio Diniz, motivou uma carta aberta do empresário a Aidar, no qual se compromete a financiar uma auditoria independente da PriceWaterhouse Coopers para as contas do São Paulo, que deve fechar 2016 no vermelho. Aidar, embora espere atrair investimentos do empresário, rejeitou a proposta dizendo que já haviam sido contratadas duas outras empresas, a KPMG e a Ernst & Young.
A saída do executivo, por sua vez, motivou crítica de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, presidente do Conselho Deliberativo. O dirigente afirmou, em entrevista ao UOL, que ouviu de Bourgeois que o clube não tem como arcar com a folha de pagamento de outubro.
“O São Paulo tanto terá dinheiro que vem honrando com as suas obrigações. Atrasou os direitos de imagem lá atrás, mas isso já foi quitado. Criticar o clube que honra seus compromissos é um grande absurdo”, respondeu Aidar.
O jornalista Adalberto Leister Filho viajou ao Panamá a convite da Copa Airlines