Preso, Carlos Nuzman pede licença do COB

Nuzman com o agora presidente Paulo Wanderley Teixeira, na eleição do COB de 2016 (Foto: Heitor Vilela/COB)

Carlos Arthur Nuzman não é mais o presidente do Comitê Olímpico do Brasil e do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016. O dirigente, no comando do COB desde 1995, enviou carta à entidade no sábado (08) para informar o afastamento do cargo. Ainda não houve renúncia, mas um pedido de licença.

Nuzman não quis datar uma possível volta. “Meu afastamento perdurará pelo tempo que se fizer necessário para a minha completa, inquestionável, exoneração de qualquer responsabilidade pela prática dos atos que, indevida e injustamente, me são imputados”, declarou o dirigente.

A volta do agora ex-presidente pode nunca acontecer. Na próxima quarta-feira, as confederações esportivas associadas ao COB irão se reunir em assembleia geral da entidade, a ser realizada no Rio de Janeiro. A principal pauta será a renúncia de Nuzman, que ficou com imagem desgastada após os episódios da operação “Unfair Play”, da Polícia Federal.

A convocação da assembleia foi feita pelo presidente em exercício do COB, Paulo Wanderley Teixeira, que por 16 anos comandou a Confederação Brasileira de Judô. O dirigente assumiu o cargo na última quinta-feira (05), após a prisão de Nuzman.

Com a licença do presidente, Paulo Wanderley se manterá no cargo mais alto do comitê; ele esteve na mesma chapa de Nuzman que venceu a eleição mais recente do COB.

Segundo apuração do jornal “Folha de S.Paulo”, a licença de Nuzman foi uma imposição do Comitê Olímpico Internacional. Na sexta-feira (06), o COI havia suspendido o COB e seus dirigentes, inclusive com o corte de verbas que seriam destinadas à entidade brasileira. Os únicos ‘salvos’ foram os atletas, liberados para disputar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018.

Na última quinta-feira (05), Carlos Arthur Nuzman foi preso junto com o diretor-geral do Comitê Organizador Rio 2016, Leonardo Gryner, na segunda fase da Operação “Unfair Play”. Os dois são acusados de fazerem parte de um esquema de compras de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos, em 2016.

Na carta enviada ao COB, Nuzman negou as acusações. “Vou defender minha honra e provar minha inocência diante das autoridades constituídas, nomeadamente perante o Poder Judiciário”, afirmou o dirigente. 

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