A despeito de parte da arquibancada ter desabado no dia 25 de novembro de 2007, quando o Bahia recebeu o Vila Nova, em acidente que matou sete pessoas, a Fonte Nova foi o estádio escolhido por Salvador para liderar o projeto da cidade para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Agora, a arena não passa de um enorme ponto de interrogação. A dúvida não é motivada apenas pelas obras, que ainda não começaram. O problema é que Bahia e Vitória apresentaram na última terça-feira um projeto de estádio a ser desenvolvido em Salvador, com previsão de inauguração para janeiro de 2013. A obra é iniciativa da Lusoarenas, empresa especializada nesse segmento, que cuidará da construção e da viabilização financeira ? só a arena esportiva, com previsão de comportar 35 mil espectadores, está orçada em US$ 250 milhões. A partir de 2013, Bahia e Vitória passarão a mandar seus jogos na nova arena, que será construída em um terreno de 800 mil metros quadrados, a seis quilômetros do aeroporto Luís Eduardo Magalhães, perto da rodovia BA-093. O estádio será explorado pela Lusoarenas durante 30 anos, e depois desse período passará a ser propriedade dos clubes. ?O povo baiano terá à disposição um estádio de primeiro mundo, que atenderá aos exigentes padrões da Fifa e será condizente com o padrão de qualidade adotado pela Lusoarenas. A empresa será a responsável pela gestão das infraestruturas esportivas, privilegiando a segurança e o conforto dos torcedores e permitindo o retorno das famílias ao espetáculo do Futebol?, disse Marco Antônio Herling, vice-presidente da companhia. O projeto de uma arena conjunta de Bahia e Vitória existe desde 2004, mas nunca foi levado adiante. Naquela época, foi postergado porque o time rubro-negro acabou rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Caso a iniciativa seja realmente levada adiante agora, a grande dúvida passará a ser o destino da Fonte Nova. A reforma do estádio, que é público, será bancada pelo governo da Bahia. Em 2008, o comitê local definiu que a arena não seria demolida, mas apenas adequada aos padrões internacionais ? além da Copa do Mundo de 2014, o estádio está na programação do futebol dos Jogos Olímpicos de 2016. Apesar de ainda não ter se pronunciado oficialmente, o governador da Bahia, Jacques Wagner, já deu sinais de que pode abandonar as obras da Fonte Nova. Se isso acontecer, o dinheiro que seria investido no estádio seria alocado em iniciativas estruturais de Salvador para a Copa do Mundo. O caso do estádio de Pituaçu é mais claro. A arena para 31.677 espectadores, que também é propriedade do governo da Bahia, deve se transformar em um pólo para o desenvolvimento de outras modalidades em Salvador, com ênfase no atletismo.
Projeto faz Fonte Nova virar incógnita
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