Desde o início do agravamento da crise, que aconteceu em setembro do ano passado, o impacto da instabilidade no esporte tornou-se relevante, mas a teoria de que o setor é um bom investimento nestes tempos permaneceu praticamente intacta. Com o processo em um estágio mais avançado, retrações de empresas internacionais e opiniões de especialistas mostram que o investimento em patrocínio pode ser mal visto pelo público médio. A ideia apreendida é que a companhia que impõe cortes de recursos humanos não pode aportar uma quantia significativa em uma ação do tipo. Por entender que encontraria rejeição no mercado consumidor, por exemplo, o banco Wells Fargo retirou seu patrocínio ao US PGA, o circuito de golfe norte-americano. ?Promover esse evento com a nossa marca pode fazer o público misturar a ideia que ele tem das nossas prioridades?, disse David Carroll, executivo da instituição financeira. A possível reação intempestiva das pessoas está ligada, entre outras coisas, ao fato de que a Wachovia Corp, que recentemente adquiriu o Wells Fargo, recebeu cerca de US$ 25 bilhões (R$ 57,1 bi) do governo americano para combater os efeitos da crise. Para Oliver Seitz, pesquisador da Universidade de Liverpool, este não é um caso isolado. ?Expor uma marca e gastar dinheiro com qualquer coisa, quando pessoas estão sofrendo não é bom. A própria AIG e o caso dos bônus [o governo norte-americano tenta evitar o pagamento de US$ 165 milhões a altos executivos da seguradora] mostra que não é uma exclusividade do patrocínio esportivo?, disse o especialista. ?Nossa maior dificuldade atualmente é isso. Eu ouço ?eu tenho a verba, mas não faz sentido eu patrocinar o Corinthians, por exemplo, agora. Acabei de mandar 200 funcionários embora, então não faz sentido?. As empresas tem o dinheiro, mas preferem investir em mídia?, disse Luiz Fernando Ferreira, executivo da agência ESM. A solução para o problema, segundo os especialistas, varia de acordo com o caso. No geral, uma comunicação clara pode compensar e até superar a imagem negativa. Já em outros, é impossível manter o patrocínio diante de empréstimos estatais e cortes na folha salarial. ?Um dos principais valores reconhecidos no esporte é o da solidez. A empresa que está ali é sólida, confiável. Agora, se ela está com dificuldade, ela perde este rótulo e o consumidor começa a desconfiar?, disse Ferreira.
Público “agrava” fator crise no esporte
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