A Copa do Mundo esperou até as quartas de final, mas os estádios finalmente encheram. Pela primeira vez desde o início do torneio, a média de ocupação das arenas ultrapassou a meta inicial do comitê organizador local (COL), que era de 97% de assentos preenchidos.
Nos quatro jogos que definiram os semifinalistas, a média de público nos estádios foi de 98,74%. O resultado foi turbinado pelo confronto entre Argentina e Alemanha, na Cidade do Cabo, que teve 100% das 64.100 entradas comercializadas.
Em contrapartida, o maior vazio nas quartas de final foi registrado no confronto entre Holanda e Brasil. O jogo que acabou com a participação dos pentacampeões mundiais na Copa de 2010 aconteceu em Port Elizabeth, cidade cuja arena comporta 42.486 pessoas, mas teve apenas 40.186 espectadores nas arquibancadas.
A fase decisiva da Copa do Mundo tem rendido um incremento de público nos estádios da África do Sul. Nas oitavas de final, a média de ocupação já havia chegado aos 94,04% – na primeira fase, esse valor não passou dos 91% em nenhuma das rodadas.
Graças ao desempenho do público nas rodadas decisivas, a Copa do Mundo conseguiu se aproximar da meta do COL. No total, o torneio da África do Sul reuniu 2.934.673 pessoas nos estádios até aqui. Isso representa média de 93,60% de ocupação dos lugares disponíveis.
Antes de a Copa do Mundo começar, o COL divulgou que havia comercializado 97% das entradas, mesmo patamar da edição passada do torneio, disputada na Alemanha. Depois que os jogos começaram, contudo, chamou atenção a grande quantidade de lacunas nas arquibancadas – principalmente nos camarotes e setores mais caros.
O que faz a situação da ocupação nos estádios se tornar um pouco mais preocupante é que as semifinais da Copa do Mundo serão a primeira fase do torneio sem a presença de nenhum time africano. Nas oitavas e nas quartas, Gana foi transformada em anfitriã pela mídia e até pelo COL da África do Sul – os anfitriões caíram ainda na fase de grupos.
A despeito de a venda de ingressos no restante do continente não ter representado grande parte das entradas para a Copa do Mundo de 2010, a principal fatia do que foi comercializado até agora se destinou a sul-africanos. Resta saber como esse público vai reagir à ausência de um representante do continente na sequência da competição.
Pensando nisso, o COL chegou a fazer um apelo à população da África do Sul no último sábado. Repetindo o procedimento adotado depois da desclassificação dos anfitriões, o grupo responsável pela Copa do Mundo no país pediu que as pessoas mantenham interesse na competição.
“Infelizmente, o time africano perdeu. Mas a África ainda é sede do Mundial, e esperamos que as pessoas continuem valorizando isso. Independentemente dos finalistas, queremos que todos participem até o fim”, pediu Rich Mkhondo, porta-voz do COL, em entrevista coletiva.