Na contramão das empresas envolvidas com o futebol, a Qatar Airways anunciou nesta terça-feira que está negociando sua associação à Fifa para o patrocínio da Copa do Mundo de 2018, nos Estados Unidos, apesar do escândalo de corrupção que assola a modalidade desde a última semana.
“Queremos ser patrocinadores e isso está em negociações avançadas neste momento”, disse o executivo, ressaltando que não há preocupação em relação à imagem da entidade depois da crise.
A declaração de Koleitat foi feita na Cidade do Cabo pouco antes da renúncia de Joseph Blatter à presidência da Fifa, em Zurique, na Suíça. Ainda não é possível prever se as negociações em andamento serão mantidas, já que a indicação é de que haja uma reformulação geral na entidade.
“Essas reformas vão incluir mudanças fundamentais no modo como a organização é estruturada”, disse o porta-voz da Fifa, Dominico Scala, logo após a renúncia do dirigente suíço de 79 anos.
Além das investigações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Blatter teve no mercado um de seus principais opositores. Adidas, McDonalds, Coca-Cola, Budweiser, Nike e Visa pediram transparência nas investigações. A empresa de cartões chegou a dizer em seu comunicado que irá reavaliar o patrocínio à Fifa dependendo da reação da federação ao caso.
“Nosso desapontamento e preocupação em relação à Fifa com a evolução dos acontecimentos de hoje é profundo. Como patrocinador, esperamos que a Fifa tome medias rápidas e imediatas para resolver questões internas da organização. Isso começa com a reconstrução de uma cultura com fortes princípios éticos para restaurar a reputação do jogo para os torcedores de todo o mundo”, afirmou a empresa em comunicado oficial.
O escândalo sacudiu o mundo do futebol no dia seguinte à divulgação dos “anti-logos” das empresas associadas à entidade. As imagens foram publicadas pelo site The Roosevelts e mostra novos desenhos para as marcas alusivos à escravidão, numa crítica à situação dos trabalhadores envolvidos no projeto Qatar 2022.
No fim de 2015, a Fifa já tinha perdido os apoios de Sony e Emirates, que alegaram desgaste na relação por conta de escândalos de menor proporção.