Durante sua apresentação, a delegação do Qatar citou com frequência a import”ncia que a Copa do Mundo terá para o Oriente Médio. Independente dos ganhos simbólicos, a região já tem pelo menos um argumento concreto para comemorar a vitória do Qatar: o desenvolvimento do mercado do seu futebol.
Segundo um estudo da consultoria brit”nica Grant Thornton, o futebol no Oriente Médio crescerá US$ 24 bilhões nos próximos anos. Serão US$ 14 bilhões até 2022 e mais US$ 10 bilhões nos vinte anos posteriores ao Mundial.
O Qatar, sozinho, não é um mercado interessante para a Fifa e seus parceiros, que entendem que o país é pequeno e tem um potencial limitado para crescimento. A região, no entanto, além de gozar de grandes quantias financeiras, tem o futebol como paixão. Por isso, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, mostra empolgação com o país: “Vamos ir a novas terras”.
O exemplo disso está na televisão. A rede Al-Jazira, do próprio Qatar, é o veículo de comunicação mais popular da região; no país, 94% das pessoas tem acesso à televisão. A emissora possui 14 canais de esporte, e o futebol é o programa mais assistido. Na população qatariana, ele tem a audiência de 77% dos homens e 64% das mulheres. A Al-Jazira é vista por 400 milhões de pessoas.
Para o mercado do resto do mundo, o Qatar tem a mesma vantagem da colega Rússia, que receberá a Copa do Mundo quatro anos antes: o fuso-horário. Como o país está em uma área central entre Ásia, Europa e África, 82% do planeta poderão assistir aos jogos da Copa durante o dia, o que pode render 3,2 bilhões de telespectadores.
Para poder desenvolver seus negócios, a Fifa conta com a experiência do país em receber eventos esportivos e evitar emboscadas. A entidade considerou o governo qatariano apto após analisar a realização dos Jogos Asiáticos, que aconteceu no país em 2006.
Único fator que permanece como dúvida está na legislação do país. As leis no Qatar são escritas em árabe, sem tradução para o inglês. Essas leis são baseadas no Charia, o código de lei do islã, que impõe restrição à venda, à propaganda e à distribuição de bens e serviços. Existe um documento, no entanto, para fazer valer as regras da Fifa durante a Copa, mas ainda não há detalhamento sobre audiências, datas e regulamentações.
A Fifa, no entanto, considera que, caso o Qatar esteja conscientizada sobre as suas normas, o risco legal é baixo. Até porque, mesmo sendo árabe, o país é um dos mais ocidentalizados da região. Nem mesmo o idioma deverá ser um problema, já que é grande inglês é largamente utilizado.
Leia mais:
Fifa prioriza mercado, e Copa irá a Rússia e Qatar
Ausências fazem príncipe inglês ser “novo Obama”
Copa de 2018 faz Rússia repetir cenário do Brasil
Eleição da Copa de 2022 obriga Fifa a quatro votações
Projeto russo centraliza Copa em Moscou
Inglaterra lamenta “chance perdida” para o turismo
Pequeno, Qatar valorizará transporte terrestre
Por 16 arenas, Rússia ignora problemas de cidades
Derrotados questionam escolhas da Fifa para Copa
Projeto do Qatar insere ar-condicionado na Copa
Por Copa de 2018, Rússia garante agrados à Fifa
Copa impulsiona planos para turismo no Qatar
Teixeira nega revelar voto e defende escolha da Fifa
Rússia promete legado, mas não especifica meios
Eleito, Qatar já inicia mudança de imagem com Copa