Uma disputa que envolve direitos de imagem está colocando a Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU) e os atletas da seleção em lados opostos no país. Desde que o time foi eliminado na Copa do Mundo da Rússia, os jogadores se recusam a assinar um novo acordo. A questão principal é que os atletas querem estabelecer contratos individuais de patrocínio com empresas que competem diretamente com os atuais patrocinadores da seleção, coisa que a DBU não aceita.
Nesta segunda-feira (3), houve mais uma reunião para discutir a situação e não se chegou a nenhum consenso. Dessa forma, os atletas decidiram por uma espécie de boicote e não entrarão em campo pela Liga das Nações nesta quarta-feira (5), diante da Eslováquia, e no próximo domingo (9), contra o País de Gales.
O problema é que, caso não entre em campo, a seleção dinamarquesa pode ser banida do torneio e de outros, e ainda sofrer uma severa punição da Uefa. Por esse motivo, a federação pensou até na hipótese de convocar jogadores de futsal. No fim, definiu por atletas que atuam na 3a e 4a divisões do país.
Simon Kjaer é o capitão da Dinamarca. Foto: Reprodução
“É a DBU que cria problemas e riscos como partidas internacionais canceladas e consequências gigantescas para todos no futebol dinamarquês. Nós sentimos que a DBU quer nos deixar loucos. Eles nos transformarão em jogadores que não querem jogar internacionalmente. Mas isso é exatamente o oposto. Devo admitir que é nossa impressão clara de que a DBU não estava interessada em encontrar uma solução rápida. Neste momento, tememos as consequências para o futebol dinamarquês”, afirmou o capitão da seleção, Simon Kjaer, em entrevista ao jornal dinamarquês Ekstra Bladet.
“É lamentável e sério que não haja um novo acordo com a seleção nacional. O crucial agora é que os dois jogos nacionais sejam disputados com a equipe mais forte possível. Caso contrário, corremos o risco de grandes multas e possível exclusão da Uefa”, disse Jesper Moller, presidente da DBU.
“Esperávamos que os jogadores concordassem quando lhes oferecemos o mesmo bônus, seguro pago e melhores condições de voo, cozinha e tratamento físico. Agora, estamos trabalhando para obter os melhores jogadores possíveis para disputar as duas partidas pela Dinamarca. É crucial para o futuro do futebol dinamarquês. Se os jogos não forem jogados, podemos estar lutando contra milhões em multas e exclusão dos torneios. O futebol dinamarquês seria devolvido à idade da pedra em muitas áreas”, declarou Claus Bretton-Meyer, CEO da DBU.
Esta não é a primeira vez que um caso desse ocorre com a Federação Dinamarquesa. No ano passado, a DBU teve um problema semelhante com a seleção feminina, que resultou no cancelamento de um jogo que seria válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo. À ocasião, a Uefa multou os dinamarqueses, concedeu à Suécia uma vitória por 3 a 0 e ameaçou a Dinamarca com a expulsão da competição se o problema acontecesse novamente.