Os principais clubes da Europa deram início a um movimento para que o conteúdo audiovisual produzido por eles deixe de ser uma estratégia meramente institucional para significar fonte de receita. Depois de o Manchester City anunciar seu serviço de assinatura de conteúdo por streaming, foi a vez de o Real Madrid colocar em funcionamento o OTT pago de sua televisão.
Aproveitando o início da pré-temporada, o clube espanhol criou uma seção paga de sua Real Madrid TV, que ainda tem a maior parte do conteúdo livre em qualquer parte do mundo. Mas o torcedor que optar pagar € 1,99 por mês terá acesso ao arquivo de jogos históricos do Real, aos bastidores do time e, como maior diferencial, poderá personalizar quais os melhores momentos de um jogo que quer assistir.
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O lançamento do serviço de OTT é parte da reformulação de toda a área audiovisual do Real. O clube assinou, em abril, um contrato com a Mediaset e a Movistar para assumirem a gestão do conteúdo audiovisual em substituição à Mediapro. Desde então, o objetivo do clube passou a ser achar uma forma de monetizar esse canal de TV para além da Espanha, onde ele fica plugado na TV por assinatura. Anualmente, o Real investe € 15 milhões em produção de conteúdo.
Para turbinar o lançamento do serviço de streaming, a aposta do Real Madrid é a força do seu aplicativo. São 8 milhões de usuários que já baixaram o app do clube. Segundo o último relatório de administração do time, em 2017/2018 esses usuários consumiram 2,5 milhões de vídeos dentro da plataforma. A expectativa agora é que uma boa parte deles também assine o serviço de mídia.
Maior rival do clube merengue, o Barcelona também promete lançar no próximo dia 4 de agosto a sua nova Barça TV. O clube, porém, ainda aposta no modelo linear de televisão. A promessa do Barcelona é entregar todo o seu conteúdo em alta definição para ser exibido em canais de TV por assinatura na Espanha. Pelo mundo, o clube fatura com acordos com emissoras de TV para retransmissão do sinal.
O desenvolvimento de plataformas próprias de streaming parece ser a nova revolução que os departamentos de marketing dos clubes europeus trarão para o mercado. Sem as amarras das ligas esportivas americanas, que possuem os direitos de comercialização do conteúdo, os times usarão a força mundial de suas marcas para captar clientes por todo o mundo. A tendência, nos próximos anos, é de uma corrida para o streaming como foi com a TV a cabo no final dos anos 1990.