A Record enxugou a equipe que irá para os Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, mas mesmo assim teve boa resposta do mercado, que comprou as seis cotas de patrocínio disponibilizadas. Bradesco, BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão), L’Oréal, Nestlé, Petrobras e Schincariol serão as cotistas da cobertura.
“O processo foi tranquilo, porém bastante trabalhoso, em função dos valores envolvidos e da situação econômica do país pouco propícia a grandes investimentos. Mas no fim chegou-se a um ‘denominador comum’ que favorecesse a Record e cada um dos cotistas”, afirmou Walter Zagari, vice-presidente comercial da Record, em entrevista à Máquina do Esporte.
Em relação à Guadalajara-2011, a equipe foi reduzida em mais de 70%. Para o Pan do México, em 2011, foram enviados 245 profissionais, que praticamente monopolizaram o evento. Neste ano, 70 funcionários da emissora irão viajar ao Canadá.
Dessa delegação, haverá oito equipes de reportagem, além de três narradores da casa (Lucas Pereira, Álvaro José e Eduardo Vaz) e dois comentaristas (Fernando Scherer, o Xuxa, e Luísa Parente). No Brasil irá trabalhar na Record e Record News mais um narrador, cuja contratação ainda está sendo finalizada.
“Do ponto de vista de negócio, o Pan é rentável e atrai uma audiência bastante interessante à Record, principalmente do público aficionado por esportes”, disse Zagari.
Na grade de programação, a prioridade serão as modalidades em que o Brasil deve ganhar muitas medalhas, como futebol, vôlei, natação, atletismo ginástica artística, basquete e judô. “A quantidade de horas não está definida porque o Comitê Organizador ainda não divulgou o calendário oficial em sua totalidade”, contou o vice-presidente comercial. Nos corredores da emissora, sabe-se que a quantidade de horas transmitidas dependerá da resposta do Ibope.
A Record é a detentora dos direitos de TV da competição para as Américas, com exceção do Canadá, país-sede. Até agora, já houve acerto de transmissão para quase todos os países do continente. No Brasil, a emissora sublicenciou os direitos na TV fechada para a Globosat, que irá exibir o evento pelo Sportv.
A exclusividade da Record no Pan começou em Guadalajara, há quatro anos. No México, a emissora renovou contrato até o Pan de Lima-2019. Para a edição no Peru, a TV terá os direitos mundiais do evento, com exceção do país-sede.
“Estamos em vias de negociação da edição de 2023”, contou o executivo, referindo-se à competição que ainda nem tem local definido.
A emissora espera que o evento, em que historicamente o Brasil ganha muitas medalhas, atraia boa audiência. Alguns reveses, porém, devem ser sentidos. Cesar Cielo já avisou que não irá nadar no Canadá. Já o futebol planeja enviar uma seleção sub-22, que seria a base para a seleção olímpica que irá disputar os Jogos do Rio. A iniciativa, porém, ainda depende dos clubes, que não são obrigados a liberar os atletas para o evento.
Uma boa audiência no Pan pode ajudar a atrair patrocinadores para a cobertura da Olimpíada-2016, quando a concorrência será maior: Record, Globo e Bandeirantes têm os direitos do evento para a TV aberta.
“O que muda [em 2016] é que há mais ‘players’ no mercado disputando a verba dos clientes interessados em associar suas marcas aos Jogos Olímpicos. O plano comercial da Record para o Rio-2016 já foi disponibilizado, com praticamente todas as cotas vendidas. E o que falta ser comercializado está em estágio bastante avançado de negociação”, comentou o executivo.