No ano passado, a Olympikus celebrou a liderança na venda de calçados esportivos no Brasil, voltando ao topo após meia década. O resultado foi uma forma de a marca atestar, para o mercado, que a tempestade havia passado.
Depois de passar por uma intensa reestruturação, feita para acabar com prejuízos seguidos (de 2011 a 2015), a Olympikus agora entra na segunda fase do projeto de recuperação. A marca quer um novo caminho no esporte.
“Queremos nos consolidar como a escolha inteligente do mercado. Nossos produtos vão entregar os atributos que a categoria precisa a um custo-benefício bom ao cliente. Somos a maior marca de material esportivo do país, mas consolidada em calçados. O vestuário tem potencial enorme”, afirmou Rafael Gouveia, diretor de operações da Vulcabras Azaleia, dona da Olympikus.
Em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, Gouveia detalhou a nova fase da empresa, que, em 2010, estava no auge. Com Olympikus e Reebok, a Vulcabras patrocinava clubes como Flamengo, Cruzeiro, São Paulo e Internacional, a seleção brasileira de vôlei e tinha a perspectiva de ser a marca do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016.
Tudo isso diminuiu, por conta de uma decisão estratégica, em três anos, com o fim dos acordos de patrocínio, restando apenas o vôlei, que também terminou no final de 2016. Hoje, a marca só mantém um investimento maior em patrocínio esportivo na maratona do Rio de Janeiro. Sinal dos novos tempos.
“A maratona é o investimento que faz sentido com nosso posicionamento. Ela é uma prova que tem a alta performance dos 42 quilômetros, a meia maratona e ainda a Family Run, que reúne os mais variados tipos de pessoas. São movimentos de pluralidade. Essa é a proposta da marca e reforça nosso posicionamento”.
A entrada mais forte no mercado de vestuário deve começar no segundo semestre. Atualmente, a Olympikus tem negociado com fornecedores estrangeiros para conseguir fazer um produto que mantenha o custo ao consumidor baixo, mas com boa qualidade.
Quando estiver pronta para comunicar os novos produtos, a ideia é investir numa comunicação focada no atleta amador.
“A marca fala com a pessoa que acorda antes do trabalho para correr, com aquela pessoa que, antes de voltar para casa, passa na academia. Estamos estudando a continuidade do nosso filme de que o foco é o esporte desse ponto de vista mais amplo, mas também estaremos no digital, com comunicação mais dirigida”.
Esse processo faz parte do que Gouveia acredita ser a maior mudança da Vulcabras. “Deixamos de ser uma empresa que leva o produto que faz ao mercado para ser uma gestora de marcas que faz o seu negócio a partir do que o mercado quer”, finalizou.