O consultor da Red Bull, Helmut Marko, afirmou que a escuderia austríaca poderá abandonar a Fórmula 1 se não forem alteradas as regras atuais. Segundo ele, as normas “matarão o esporte”.
“Avaliaremos a situação outra vez no verão, como em todos os anos. Olharemos os custos e faturamento. Estamos totalmente insatisfeitos e vamos discutir uma saída da Fórmula 1”, comentou Marko, depois do GP da Austrália, no domingo, em Melbourne.
Quatro vezes campeã do Mundial de Construtores, a Red Bull vive um mal início de temporada. Seus pilotos, o australiano Daniel Ricciardo ficou em sexto lugar, e o russo Daniil Kvyat não largou por falha mecânica.
Depois da corrida, o diretor da equipe, Christian Horner, solicitou medidas para igualar o rendimento dos atuais motores. Marko comentou que o dono da equipe, Dietrich Mateschitz, poderá perder o interesse em continuar no esporte.
“O perigo é que o senhor Mateschitz perca sua paixão pela Fórmula 1”, afirmou Marko, que criticou as novas normas introduzidas em 2014, que geraram um domínio absoluto da Mercedes.
“Essas unidades de potência são a solução errada para a F-1. Já dizíamos isso quando a Renault [fornecedora de motores da Red Bull] estava na liderança”, acrescentou o consultor da equipe.
A Red Bull, cujo dono também possui a Toro Rosso, assinou contrato de permanência na F-1 pelo menos até 2020.
Sintoma da crise da categoria, apenas 15 carros largaram no acidentado GP da Austrália. Com exceção do GP dos Estados Unidos, em 2005, que teve apenas seis carros por causa do boicote das equipes que usavam pneus Michelin, desde o GP da Argentina, em 1969, não havia tão poucos monopostos na pista.
A Caterham, vendida, e a Manor, que ainda não tem o carro pronto, retiraram da pista quatro pilotos. O finlandês Valtteri Bottas, com hérnia de disco, foi considerado não apto para a corrida pelos médicos da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Kevin Magnussen (McLaren) e Kvyat (Red Bull) não largaram por problemas mecânicos.
Dos 15 que iniciaram a prova, apenas 11 chegaram até o final. Kimi Raikkonen (Ferrari), Max Verstappen (Toro Rosso), Pastor Maldonado e Romain Grosjean (ambos da Lotus) abandonaram.