Tradicional clube de futebol americano, o Washington Redskins andava ofuscado nos últimos tempos. Mas, após se envolver em uma polêmica, o tricampeão da liga norte-americana (NFL) retornou aos holofotes. O episódio, contudo, tomou maiores proporções. Até Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, precisou intervir.
O motivo? O nome do time. Explica-se: o termo redskins era frequentemente utilizado pelos brancos para designar pejorativamente os indígenas. A discussão é antiga, porém foi ressuscitada depois de a tribo Oneida apresentar uma campanha contra a equipe.
“Esse é um nome doloroso, que era usado contra minha gente nos tempos em que nos apontavam armas e nos tiravam nossas terras. Quando é empregado por um clube de futebol profissional, nos denigre perante nossas crianças. Essa é uma mensagem terrível para o resto do mundo, fazer marketing a partir de um nome que é um epíteto racial”, criticou Ray Halbritter, representante da Oneida.
Obama endossou o coro. “Não quero prejudicar os maravilhosos torcedores do Washington Redskins, que o amam com razão, mas, se dependesse de mim, eu pensaria em trocar o nome. Nomes como redskins ofendem um bom número de pessoas”, declarou.
Entretanto, há coisas que nem o presidente dos Estados Unidos pode fazer. Nesse caso, a modificação da nomenclatura está nas mãos de uma única pessoa: Daniel Snyder, proprietário do Washington Redskins. E ele não está nem um pouco interessado em atendê-los…
Segundo Snyder, por meio de comunicado oficial, a alcunha não será alterada, pois representa a tradição da agremiação. Além disso, trata-se de uma homenagem aos índios, e não uma brincadeira de mau gosto. O relatório ainda lembra que o clube já compreendeu jogadores dessa etnia.
“Washington Redskins é muito mais que o nome que nós temos chamado nosso time de futebol americano ao longo das últimas oito décadas. É o símbolo de força, coragem, orgulho e respeito, valores compartilhados pelos próprios índios norte-americanos”, comparou.
“Temos muito orgulho dos indígenas. Vale ressaltar que em nosso primeiro elenco, em 1932, havia quatro atletas, além do técnico, que eram índios. O nome nunca foi um rótulo. Pelo contrário. Sempre foi e sempre será uma questão de honra para nós”, finalizou.
Controvérsias à parte, a verdade é que o debate emperra no fato de o Washington Redskins possuir um dono. E, se ele não tem intenção de mexer em algo de sua franquia, não há Barack Obama no mundo que o faça pensar diferente. Anteriormente, outros mandatários já bateram o pé ao se depararem com situações de mesma natureza.
Kansas City Chiefs (futebol), Atlanta Braves (beisebol), Cleveland Indians (beisebol) e Chicago Blackhawcks (hóquei), por exemplo, também contemplam vocábulos ou escudos que remetem ao povo indígena. Apesar de pressionados por uma mudança em relação a isso, seus respectivos proprietários se recusam a substituí-los.
Embora o Washington Redskins não deva trocar de denominação, pode-se afirmar que qualquer atitude nesse sentido poderia afetar sua marca, uma vez que a expressão redskins já está extremamente consolidada e vinculada ao time. De acordo com a Forbes, revista local especializada em economia, a equipe vale US$ 1,7 bilhão e registrou lucro de US$ 100 milhões em 2012.