Renovada, Libertadores se transforma em “vergonha” para o mundo

Após o fim de semana que deveria ter definido o campeão da Libertadores de 2018, o termo “vergonha” passou a ser o mais usado entre imprensa e personalidades do esporte para definir a decisão do torneio. Não foi por acaso: a partida marcada para o sábado (24) foi cancelada após o ônibus do Boca Juniors ter sido apedrejado na chegada do time ao estádio do rival, o River Plate.

Foto: Reprodução

Foi uma sucessão de erros da organização daquela que prometia ser uma das mais marcantes finais de Libertadores, graças à histórica rivalidade entre as duas maiores torcidas da Argentina. O caso começou com uma grave falha no esquema de segurança na chegada do Boca Juniors. Sem isolamento, o ônibus da equipe entrou em uma emboscada de torcedores do River, que fizeram uma chuva de pedras no veículo. Vidros foram quebrados, e dois jogadores do time tiveram ferimentos nos olhos, o que os impediria de entrar em campo.

Após o incidente, a Conmebol cometeu erros que desrespeitaram os 60 mil torcedores nas arquibancadas, os patrocinadores, as mídias e os milhões de telespectadores pelo mundo. Sem saber o que fazer, a partida foi retardada duas vezes. O adiamento definitivo aconteceu mais de duas horas depois do horário estabelecido inicialmente para o início do segundo jogo decisivo da Libertadores.

O embate ficou então marcado para domingo (25), mas o Boca Juniors protestou. O clube afirmou que não haveria garantias de segurança e que os jogadores não tinham condições de entrar em campo. A diretoria da equipe pediu os pontos da partida, com o argumento de que o mesmo aconteceu no clássico de 2015, também pela Libertadores. Na ocasião, torcedores do Boca jogaram gás de pimenta nos atletas do River, e a equipe foi desclassificada da competição. A Conmebol decidiu finalmente adiar a decisão sul-americana, sem definir uma data.

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Na próxima terça-feira (27), a cúpula da Conmebol deverá se reunir para definir os detalhes da partida decisiva. A entidade afirmou que o caso não era idêntico ao de 2015 porque o incidente aconteceu fora do estádio. Para marcar o jogo, no entanto, haverá alguns problemas. Na próxima semana, Buenos Aires receberá a cúpula do G20, o que dificultará a realização do evento esportivo. Por outro lado, a Copa do Mundo de Clubes da Fifa será iniciada no dia 12 de dezembro, o que dificulta o adiamento maior das datas. A confederação terá, então, dois dias para tentar amenizar o clima de decepção e “vergonha” que virou a Libertadores.

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